João Santos recordou o que
se passou há 30 anos
|
Conferência
em jeito de aula
Trinta anos depois...
AAUBI comemora o
dia da liberdade e debate o que mudou nos últimos
30 anos.
|
Por Hélia
Santos
|
|
|
Educar os jovens universitários
para a cidadania é o objectivo do ciclo de conferências
organizado pela Associação Académica
da Universidade da Beira Interior (AAUBI). "Se as revoluções
não se fazem com massas, fazem-se com quê?-
O caso português" foi o tema em debate na passada
quarta feira, dia 21.
No âmbito das comemorações dos 30 anos
do 25 de Abril, João Santos, um dos homens da revolução
na Covilhã, entrou numa sala de aula e falou da sua
experiência como interveniente activo. Durante uma
hora falou-se em democracia, liberdade, desenvolvimento,
evolução e descolonização, alguns
dos objectivos cumpridos pela Revolução de
Abril. Este contestatário de Abril afirma que a "queda
do Regime, apesar de ter sido movida por questões
de natureza militar, se deveu à acção
das massas. O povo saiu à rua e manifestou-se a favor
dos golpistas". Relembrou- se e debateu-se a revolução
sem sangue e sem dor, de onde ricos e pobres saíram
a ganhar. Com 50 anos e a frequentar a licenciatura de Filosofia
na UBI, João Santos afirma que a Revolução
dos Cravos é desconhecida pela maioria dos jovens.
"A minha geração não foi capaz
de explicar o que havia antes do 25 de Abril e o que mudou.
Demos demasiados bens materiais aos nosso filhos e falhámos
na mensagem. É preciso explicar-lhes que não
há almoços grátis", defendeu.
O dia da liberdade está a ser festejado na UBI através
de conferências, exposições, emissão
de imagens da época e de uma peça radiofónica,
intitulada "A maioria silenciosa", até
dia 29 de Abril.
|
|
|