Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


O ex-Covilhã André Cunha cabeceia para a baliza perante o olhar atento de Cordeiro e Celso

Agora é definitivo. O Covilhã vai mesmo descer à II Divisão B. A derrota com o Marco no último domingo sentenciou a despromoção dos serranos, embora tal desfecho há muito fosse previsível. Contudo, só de si os pupilos de Cavaleiro se podem queixar. Apáticos durante os primeiros 45 minutos, os serranos entregaram o jogo ao adversário. Deixaram o Marco à vontade e permitiram dois golos que o próprio João Cavaleiro classificou de “arrepiantes”.
O Covilhã começou a perder o jogo cedo, apesar de ter sido a primeira equipa a criar perigo. Aos 10minutos Oséias obriga Lekué a uma defesa difícil na sequência de um livre directo, e no contra-ataque os forasteiros marcam o primeiro. O autor, Jurandir, correu mais de meio campo, pelo flanco esquerdo, com a bola sem qualquer oposição e atirou cruzado de ângulo apertado à saída de Celso. Um golo muito facilitado que, a este nível de competição, não deveria ser possível.
A reacção que se esperava do Covilhã não surge e Cavaleiro, que tinha deixado no banco alguns habituais titulares vê-se obrigado a fazer duas substituições em apenas três minutos. Primeiro é Gérson a entrar para o lugar de Orlando e, depois, é Nélson que dá lugar a Trindade. Entre as duas substituições, porém, o Covilhã volta a facilitar e sofre o segundo. Lançado em profundidade em zona frontal à baliza, Ico amortece com o peito para a frente e, perante a apatia dos centrais leoninos remata em arco, ainda de fora da área, por cima de Celso que, ligeiramente adiantado só pode seguir com os olhos a trajectória da bola rumo à baliza.
Mais uma vez se esperava uma reacção do Covilhã, mas em vão. A chama habitual na equipa de Cavaleiro parecia estar extinta e os jogadores, salvo raras excepções – e convém destacar o inconformismo de Rui Andrade e Hermes –, pareciam ter baixado definitivamente os braços. Apenas à meia-hora de jogo um cabeceamento de Oséias à trave da baliza forasteira deu alguma emoção às bancadas do Santos Pinto que, até ao intervalo assistiu, com certeza, à pior exibição do Sporting nos últimos quatro anos.

Leão transfigurado na segunda parte

Mas após o intervalo tudo se alterou. Os jogadores da casa regressaram do balneário com outra disposição e dispostos a mudar a história do jogo. Mais disponíveis e solidários entre si, os serranos passaram a tomar conta do jogo e os marcoenses a gerir a vantagem de dois golos. Cinco minutos após o recomeço, o Covilhã protagoniza a melhor oportunidade até então. Tarantini, entrado ao intervalo, cruza da direita para a entrada de Oséias, que vê Lekué negar-lhe o golo com uma defesa por instinto. A bola sobra para Hermes que, em boa posição, remata contra um central.
Os serranos continuavam a pressionar e aos 57 minutos ficam a reclamar um penalti por suposta falta de Jurandir sobre Piguita dentro da área. O árbitro não assinalou mas no minuto seguinte por Covilhã consegue finalmente reduzir. Hermes, à entrada da área remata à meia-volta e bate Lekué que, no entanto, é traído por um subtil desvio de um companheiro.
Os adeptos passam a acreditar na possibilidade da reviravolta, e dentro de campo os jogadores alimentam o sonho. Mas é o Marco quem volta a criar perigo com um remate de Bruno Sousa a embater no poste da baliza de Celso. O resultado já não seria alterado, embora nos últimos minutos os covilhanenses tenham encostado a turma nortenha à sua baliza e merecessem o empate.
O destino agora é a II B, sem qualquer hipótese de recuperação “dentro de campo” – correm rumores que algumas equipas do meio da tabela possam descer devido a incumprimentos fiscais e salariais e, nesse cenário, as equipas abaixo da linha de água mas com situação regularizada podem manter-se.