Agora é definitivo.
O Covilhã vai mesmo descer à II Divisão
B. A derrota com o Marco no último domingo sentenciou
a despromoção dos serranos, embora tal desfecho
há muito fosse previsível. Contudo, só
de si os pupilos de Cavaleiro se podem queixar. Apáticos
durante os primeiros 45 minutos, os serranos entregaram
o jogo ao adversário. Deixaram o Marco à
vontade e permitiram dois golos que o próprio João
Cavaleiro classificou de “arrepiantes”.
O Covilhã começou a perder o jogo cedo,
apesar de ter sido a primeira equipa a criar perigo. Aos
10minutos Oséias obriga Lekué a uma defesa
difícil na sequência de um livre directo,
e no contra-ataque os forasteiros marcam o primeiro. O
autor, Jurandir, correu mais de meio campo, pelo flanco
esquerdo, com a bola sem qualquer oposição
e atirou cruzado de ângulo apertado à saída
de Celso. Um golo muito facilitado que, a este nível
de competição, não deveria ser possível.
A reacção que se esperava do Covilhã
não surge e Cavaleiro, que tinha deixado no banco
alguns habituais titulares vê-se obrigado a fazer
duas substituições em apenas três
minutos. Primeiro é Gérson a entrar para
o lugar de Orlando e, depois, é Nélson que
dá lugar a Trindade. Entre as duas substituições,
porém, o Covilhã volta a facilitar e sofre
o segundo. Lançado em profundidade em zona frontal
à baliza, Ico amortece com o peito para a frente
e, perante a apatia dos centrais leoninos remata em arco,
ainda de fora da área, por cima de Celso que, ligeiramente
adiantado só pode seguir com os olhos a trajectória
da bola rumo à baliza.
Mais uma vez se esperava uma reacção do
Covilhã, mas em vão. A chama habitual na
equipa de Cavaleiro parecia estar extinta e os jogadores,
salvo raras excepções – e convém
destacar o inconformismo de Rui Andrade e Hermes –,
pareciam ter baixado definitivamente os braços.
Apenas à meia-hora de jogo um cabeceamento de Oséias
à trave da baliza forasteira deu alguma emoção
às bancadas do Santos Pinto que, até ao
intervalo assistiu, com certeza, à pior exibição
do Sporting nos últimos quatro anos.
Leão transfigurado na segunda parte
Mas após o intervalo tudo se alterou. Os jogadores
da casa regressaram do balneário com outra disposição
e dispostos a mudar a história do jogo. Mais disponíveis
e solidários entre si, os serranos passaram a tomar
conta do jogo e os marcoenses a gerir a vantagem de dois
golos. Cinco minutos após o recomeço, o
Covilhã protagoniza a melhor oportunidade até
então. Tarantini, entrado ao intervalo, cruza da
direita para a entrada de Oséias, que vê
Lekué negar-lhe o golo com uma defesa por instinto.
A bola sobra para Hermes que, em boa posição,
remata contra um central.
Os serranos continuavam a pressionar e aos 57 minutos
ficam a reclamar um penalti por suposta falta de Jurandir
sobre Piguita dentro da área. O árbitro
não assinalou mas no minuto seguinte por Covilhã
consegue finalmente reduzir. Hermes, à entrada
da área remata à meia-volta e bate Lekué
que, no entanto, é traído por um subtil
desvio de um companheiro.
Os adeptos passam a acreditar na possibilidade da reviravolta,
e dentro de campo os jogadores alimentam o sonho. Mas
é o Marco quem volta a criar perigo com um remate
de Bruno Sousa a embater no poste da baliza de Celso.
O resultado já não seria alterado, embora
nos últimos minutos os covilhanenses tenham encostado
a turma nortenha à sua baliza e merecessem o empate.
O destino agora é a II B, sem qualquer hipótese
de recuperação “dentro de campo”
– correm rumores que algumas equipas do meio da
tabela possam descer devido a incumprimentos fiscais e
salariais e, nesse cenário, as equipas abaixo da
linha de água mas com situação regularizada
podem manter-se.
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