O Jornal do Fundão foi um
dos muitos jornais a estar suspenso
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Estudantes assinalam
Abril de 1974
Relembrar o lápis
azul da censura
Durante 48 anos,
Portugal viveu num regime de censura apertada. A imprensa
sentiu- o bastante com os cortes que o regime fazia com
um lápis azul.
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Por Marta Nogueira
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A exposição
"O Lápis Azul - A Censura no Estado Novo",
do Museu de Imprensa do Porto, surgiu no âmbito da
comemoração dos 30 anos da Revolução
dos cravos. Com esta iniciativa, a Associação
de Estudantes da Universidade da Beira Interior pretende
mostrar um dos símbolos mais fortes do regime ditatorial
que governou o País.
A censura no Estado Novo representou 48 anos de cortes,
entre Junho de 1926 e Abril de 1974.
O "lápis" começou como protecção
do golpe militar de Gomes da Costa, iniciado em Braga e
transformou-se no guardião da ideologia "Deus,
Pátria e Família", que regia a ditadura
que se vivia.
Era com o Lápis Azul que os censores decidiam aquilo
que o País deveria saber, através da imprensa,
rádio, televisão, livros, cinema, teatro,
música, pintura, ou de qualquer outro meio de divulgação
da criatividade humana.
Nesta exposição vêem-se os traços
azuis que alguns jornais suportaram: Jornal do Fundão,
Jornal de Notícias, Diário Popular, Notícias
da Amadora, Voz Portucalense. Mesmo a revolta do 25 de Abril
foi censurada, como ilustram alguns exemplos que integram
a exposição.
O Lápis Azul acabou ele próprio por ser censurado,
dando lugar a um período de liberdade de imprensa.
Esta exposição é um testemunho da censura
apertada que vigorou durante 48 anos no nosso País.
A exposição está a decorrer na Casa
dos Ministros da Câmara da Covilhã.
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