As ruas encheram-se
de vivas à liberdade e Ary dos Santos disse "Agora
mais ninguém fecha as portas que Abril abriu".
Na altura estava-se em 25 de abril de 1974. Trinta anos
após a data que marcou a história dos portugueses,
os covilhanenses saem à rua e comemoram o dia em
que a ditadura conheceu um ponto final.
Três décadas passadas sobre a Revolução
dos cravos, o Pelourinho da Covilhã encheu- se
de gente que assistiu aos vários festejos levados
a cabo pelo Sindicato de Professores da Região
Centro, com mais 35 entidades do concelho da Covilhã.
A data que marca para sempre Portugal foi comemorada no
passado sábado à noite, dia 24 de Abril.
Ana Paula Dias, do Sindicato de professores da Região
Centro, refere que "há cerca de sete anos
que se perderam as comemorações no pelourinho,
organizadas por inúmeras organizações.
Assim, achámos por bem retomar os festejos de uma
data tão importante como é a do 25 de Abril".
O enterro do fascismo, simbolizado por um boneco com vários
cartazes com frases como guerra colonial, PIDE, e discriminação
das mulheres, entre outros, assinalou-se no pelourinho
perante a população que nessa noite se deslocou
até ao centro da cidade. O boneco foi queimado
e, como esclarece Ana Paula Dias, "foi como se tudo
o que existia de mau, a guerra colonial, a PIDE, a tortura
e prisões, a fome, a legião portuguesa e
a ditadura fossem ali queimadas junto com o boneco".
As imagens de Abril, intituladas "(Re)viver Ary dos
Santos" e "Covilhã, 26 de Abril de 1974",
que passaram numa tela colocada na Câmara Municipal
da Covilhã, fizerama vivar a memória dos
muitos covilhanenses que se deslocaram até ao Pelourinho.
Segundo Ana Paula Dias, "encontrei duas ou três
pessoas que
e viram nas imagens que aqui passámos de Abril
de 1974 na Covilhã". Com o intuito de retomar
o espírito popular e participativo, 25 de Abril
foi comemorado ao som da música que dá o
mote à Revolução, "Grândola
Vila Morena", cantada em conjunto por muitos dos
que se deslocaram ao Pelourinho. As comemorações
no Pelourinho terminaram com a actuação
das Musas do Castelo, tuna feminina da Escola Superior
de Tecnologia de Castelo Branco.
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