O intervalo da tarde de
sexta feira, primeiro dia do II Ibérico, congresso
de ciências da comunicações no espaço
ibérico, foi ocupado com a apresentação
de dois novos livros.
O primeiro, “Comunicação e Cidadania
– Os media e a fragmentação nas sociedades
pluralistas”, de João Carlos Correia, docente
da UBI, é um livro que “pensa o papel dos media
nas sociedades complexas de hoje”.
As sociedades são cada vez mais marcadas por um pluralismo
mais intenso. A questão que se coloca na obra é,
de acordo com João Carlos Correia, “saber se
os media contribuem para uma aceleração desse
pluralismo, para um aumento da entropia social, ou se, pelo
contrário, através da globalização
não existe um processo de homogeneização
crescente”. Essa é a “questão
estruturante”.
A conclusão a que o docente da UBI chegou no final
do trabalho é que “existe uma tensão
em ambos os sentidos: há uma emergência de
particularismos ao mesmo tempo que há uma tensão
no sentido da globalização. Os pluralismos
arranjam espaços para adquirir uma unidade global,
enquanto que a globalização, por ela, elimina
alguns desses particularismos.”
O docente acredita que os media têm influência
ao nível da opinião pública e das opiniões
públicas, dando como exemplo “as consequências
para o exercício da cidadania ao nível da
sociedade civil”.
O livro resulta dos trabalhos preparatórios da tese
de doutoramento de João Carlos Correia, apresentada
na UBI em 2001, ao qual “se acresceram bastantes outras
questões, resultantes das minhas dúvidas,
discussões com colegas e alunos”.
“Comunicação e Cidadania – Os
media e a fragmentação nas sociedades pluralistas”
é uma edição apoiada pelo Instituto
de Comunicação Social, incluída na
colecção “Media e Jornalismo”,
que é produzida pelo Centro de Investigação
Media e Jornalismo. A obra vai ser distribuída a
nível nacional
Artigos diferentes, mas com denominador comum
Logo de seguida, foi apresentado o livro “Teorias
da Comunicação”, com organização
de João Carlos Correia e José Manuel Santos,
presidente do Departamento de Comunicação
e Artes (DCA) da UBI. O volume da colecção
Estudos de Comunicação, da UBI, resulta
da reunião de textos que têm origem em comunicações
proferidas na UBI, em Março de 2003, numas jornadas
organizadas pelo DCA..
Os dois organizadores, como revelam no prefácio
de “Teorias da Comunicação”,
correram um risco duplo: o de eclectismo e o da monumentalidade.
“Não será a comunicação
um fenómeno abordado por teorias de tal maneiras
díspares e diversas, que a reunião de análises
provenientes de tão diferentes perspectivas acabe
por não ser mais do que uma ecléctica manta
de retalhos que apenas servirá, quanto muito, para
fazer um balanço puramente somatório, mais
ou menos exaustivo ou monumental, das abordagens teóricas
em voga?”, questionam-se. No entanto, os organizadores
depararam-se, apesar dos artigos terem sido feitos no
âmbito de diferentes disciplinas, com um denominador
comum, “os temas da improbabilidade da comunicação
(ou incerteza da informação) e da estranheza
que motiva o comunicar”.
João Carlos Correia e José Manuel Santos
concluem que “partindo desta unidade dual torna-se
possível admitir complementaridades entre disciplinas
e modos de abordagem que, à primeira vista, se
apresentam como simplesmente heterogéneos”.
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