O docente auspicia um futuro de crescimento para a UBI
Novo professor catedrático
"A UBI deve procurar parcerias para evitar cristalização"

Paulo Oliveira, agora professor catedrático em Engenharia Electromecânica da Universidade da Beira Interior, está há 12 anos na instituição covilhanense. O docente veio para a Beira Interior “um pouco por acaso”.


Por Daniel Sousa e Silva


Paulo Pimentel de Oliveira, tem 46 anos, é natural de Lisboa e trabalha como docente na UBI desde Março de 1992.
Vem para a Covilhã um pouco por acaso, confessa. “Estava, na altura, a tirar o doutoramento em Inglaterra, e depois, quando acabou e voltei, um amigo falou-me que a UBI estava a precisar de docentes e decidi concorrer”. O facto de ser difícil “conseguir um emprego numa universidade em Lisboa, Coimbra ou Porto” também condicionou a sua opção inicial.
Desde Março, é o mais recente docente da instituição a tornar-se professor catedrático, desta feita, em Engenharia Mecânica e Termodinâmica.
A sua área de investigação é a mecânica de fluidos, tanto do ponto de vista teórico, como do ponto de vista computacional. Este último utiliza-se, por exemplo, para a resolução de equações diferenciais ou questões de terreno. “Eu não me dedico à outra parte, a experimental”, esclarece Paulo Oliveira. Depois, evolui para o estudo da mecânica de fluidos não-newtonianos, a reologia, que estuda os fenómenos da distorção e escoamento das matérias em geral, um campo mais abrangente que a anterior, não tão ligado à engenharia clássica. Para além do estudo da mecânica dos fluidos clássica, a reologia abarca materiais menos convencionais. Plásticos, tintas ou sangue são exemplos dessas matérias dados pelo docente da UBI.
Nos seus vários artigos para livros ou revistas, trabalha, habitualmente, com colegas de universidades do Porto e Coimbra. Paulo Oliveira adverte, em jeito de justificação da sua opção por parcerias, que “a UBI é uma instituição pequena com necessidade de aliar a outra universidades portuguesas e estrangeiras, para não correr o risco de cristalizar”.

Entre o estrangeiro e Portugal

Primeiro, tira Física Teórica na Université des Sciences et Techniques du Languedoc, em Montpellier (França), em 1980. Depois volta a Portugal e inscreve-se no Instituto Superior Técnico, de Lisboa, que “tinha sido sempre a minha ideia original”, mas logo para o segundo ano, conseguindo acabar mais rapidamente a licenciatura em Engenharia Mecânica, ramo de Termodinâmica Aplicada.
Conclui, em 1986, o mestrado em Transferência e Conversão de Energia, pelo Instituto Superior Técnico. A sua tese “tinha a ver com o estudo do vidro, analisar os seus comportamentos no interior de um forno”, aplicando conhecimentos de mecânica de fluidos computacional.
O seu doutoramento em Portugal é obtido por equivalência ao grau conseguido em terras inglesas. O PhD (Philosophy Doctor) concedeu-lhe o grau de doutorado em Engenharia Mecânica, pela Universidade do Porto, em Outubro do ano em que volta a Portugal. O Phd, realizado no Imperial College of Science and Technology (University of London), versou sobre “a análise do petróleo em estado liquido sujeito a diversas situações e suas consequências”. Em 2001, apresentou provas de agregação, sendo já professor associado.
Energética I e II, Energética Industrial, Fenómenos de Transferência, Mecânica Computacional, Produção e Conservação de Energia são algumas das disciplinas que Paulo Oliveira já leccionou ao longo da sua carreira na UBI, em várias licenciaturas, em especial, Engenharia Electromecânica e de Engenharia da Gestão e Produção Industrial
O docente dá também aulas no mestrado em Engenharia Electromecânica
É responsável pelo Laboratório de Dinâmica de Fluidos Computacional, do Departamento de Electromecânica (DEM), onde “efectivamente, faço o meu trabalho de investigação”, que “só tem computadores e é mais ligado ao ensino”. Paulo Oliveira esteve também, entre 1997 e 2000, à frente do Laboratório de Energética e Máquinas Térmicas, do (DEM), “mais vocacionado para a investigação”.