O "Projecto Life" prevê a recuperação de "canadas" para que os rebanhos e pastores tenham uma maior área para percorrer
Expandir a região
Produtores florestais querem desenvolver pastoreio na Serra



Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


Pastoreada por cerca de cinco mil cabeças de gado, entre ovelhas e cabras, a Serra da Estrela pode vir, dentro de poucos anos a ser ocupada por um número quatro vezes superior. António Covita, presidente da Associação de Produtores Florestais (APF), diz que a instituição “está a fazer todos os possíveis para auxiliar os pastores” e acredita que o número de ovinos e caprinos possa chegar, em pouco tempo, aos 20 mil.
Para facilitar a vida aos que fazem do pastoreio a sua profissão, o dirigente revela que já estão a ser construídas e recuperadas “canadas” para que os rebanhos e seus “condutores” possam percorrer a maior área possível, incluindo o Planalto Central e a Torre. Trabalhos que estão a ser levados a cabo no âmbito do “Projecto Life”, apoiado pela Comunidade Europeia.
Dentro das competências deste programa, a APF, está também a trabalhar na conservação e recuperação dos habitats de teixos e nardos em várias zonas da Serra. António Covita lembra ainda que a Estrela tem “uma das maiores áreas de sardonal (estufeiras altas) da Europa”, e que “merece mais respeito por parte dos visitantes”. Por isso, pede, “quando visitarem a Serra, não deixem lixo espalhado porque isso afecta toda a fauna e flora da zona”.
Na última semana uma equipa da Comunidade Europeia esteve no terreno a avaliar os trabalhos e ficou, segundo o dirigente, “impressionada”. Com efeito, revela Covita, “estamos a cumprir os objectivos, mas como estamos a trabalhar nesta vertente pela primeira vez há pormenores que nos falharam e para os quais vamos pedir uma reavaliação”. De resto, acrescenta, “tudo está a correr conforme o planeado”.
A APF tem a seu cargo intervenções numa área de cerca de 300 hectares que visam, sobretudo, a conservação da fauna e manutenção de caminhos. Os trabalhos são apoiados em 75 por cento por verbas do Projecto Life, que teve início em Novembro de 2003 e se prolonga até 2006.