O vereador do PSD em
exercício na Câmara Municipal de Castelo
Branco, Manuel Candeias, denuncia a proposta do presidente
da autarquia, na última sessão de Câmara,
de um voto de repúdio à empresa Águas
do Centro SA, por esta, "abusivamente ter
resolvido ligar o sistema de abastecimento de água
ao concelho de Vila Velha de Ródão".O
vereador social-democrata, lembra que "ainda antes
da votação,e porque desconhecia por completo
o que se estava a passar àquele propósito,
perguntei ao presidente da Câmara mais pormenores
sobre este assunto, nomeadamente se haveria ou não
alguma população prejudicada com as decisões
assumidas na sequência deste desentendimento".
Segundo Manuel Candeias, o mesmo referiu que "esta
proposta só aparece pelo facto daquela empresa
ter procedido, sem a competente autorização,
à ligação de um sistema de abastecimento
de água do concelho de V.V.Ródão
a uma conduta propriedade deste município".
Se esta resposta foi bem compreendida pelo vereador, pois
tal "serviria para demonstrar a apreensão,
a indignação e o descontentamento deste
executivo perante o que parecia evidente abuso da empresa
Águas do Centro SA.", por outro lado, diz-se
surpreendido. "Qual não é o meu espanto,
quando, logo a seguir, e pelas mesmas fontes de informação,
e de uma cópia do fax assinado pelo administrador
dos SMAS, Luís Correia, datado de 16 de Março
último, que aquela empresa me remeteu", vê
que há "uma omissão" daquilo que
considera mais importante: "Que o corte que tinham
mandado executar provocou que uma população
com centenas de habitantes ficasse privada de um serviço
de água de qualidade e em quantidade, e por via
disso, continuam agora a usufruir dum serviço de
água sem quantidade e que em termos de qualidade
muito deixa a desejar", acrescentando que "não
me foi dito também que já tinha sido informada
a empresa Águas do Centro SA, através de
um fax que dava conta de que iriam proceder à colocação
de um contador por forma a viabilizar o fornecimento,
de água à população de Cebolais
de Baixo na mesma forma que é feito para outras
povoações abastecidas".
"Sinto-me envergonhado"
Bastante desagradado com a situação, Manuel
Candeias salienta que "sinto-me envergonhado de alguém,
da Câmara de que eu também faço parte,
que tem por obrigação transmitir o sentimento
dos albicastrenses, tenha tido a pouca lucidez de mandar
cortar o mais importante dos bens de consumo que é
a água".
Recordando os tempos em que a população
da cidade sofreu na pele os anos com água em pouca
quantidade e de má qualidade, relembra que "valeu
a então gestão social democrata, para executar,
essa sim, uma obra estruturante, sem fachada, mas que
resolveu, um grande problema da cidade e do concelho".
Relativamente às populações afectadas
com a situação, o vereador laranja questiona:
"Que tem aquela gente a ver com a eventual irresponsabilidade
de uma empresa que faz uma ligação sem autorização,
ou que culpa têm estas pessoas da falta de capacidade
de diálogo do presidente ou dos serviços
que desta Câmara Municipal dependem, que eu desconheço
existirem, com a já referida firma a cujo conselho
de administração também pertence?".
Manuel Candeias lamentando a demora na resolução
de uma situação que está a afectar
as populações atingidas, apela ao presidente
da edilidade. "Parece-me tempo a mais para quem,
com tanto trunfo, ainda não conseguiu um acordo
que defenda os nossos interesses sem prejudicar os outros".
E acrescenta que não me revejo nesta
forma de proceder ".
"Devia defender os interesses do concelho"
Na sequência da conferência de imprensa do
vereador Manuel Candeias, o
administrador dos Serviços Municipalizados de Castelo
Branco, Luís Correia, numa nota enviada à
imprensa vem reafirmar que "a atitude da empresa
Águas do Centro tem sido abusiva para com os Serviços
Municipalizados e a Câmara Municipal de Castelo
Branco, sendo a ligação da conduta de Perais
à nossa conduta, sem qualquer autorização,
uma aitude grave, entre outras, que levou à nossa
tomada de posição".
O responsável pelos SMAS lamenta que "o vereador
manuel Candeias venha agora em defesa pública da
empresa Águas do Centro, quando por obrigação
deveria defender os interesses do concelho pelo qual foi
eleito. Soube solicitar informações aquela
empresa, mas não pediu um único esclarecimento
à Câmara, nem aos Serviços Municipalizados".
Por outro lado, lembra que "o vereador acusa a Câmara
de sonegar informação que nunca solicitou
e inexplicavelmente vem defender os interesses privados
contra os interesses públicos, sem falar toda a
verdade", pelo que "lamentamos a politização
desta questão pelo vereador e administrador delegado
da empresa Águas do Centro, o que não ajuda
em nada, a resolução das negociações".
Mostrando-se bastante pesaroso, Luís Correia salienta
que "não pactuaremos mais com qualquer tipo
de pressão, até porque a empresa Águas
do Centro sabe que já não autorizamos qualquer
ligação ou interferência no nosso
património, até ao acordo final".
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