Na Biblioteca Municipal
Dadores de sangue recebem "muito obrigado" com galardões

Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi


Um muito obrigado. Foram estas as palavras de ordem dirigidas, no sábado, 3, àqueles que estendem o braço para dar sangue, e, muitas vezes, salvam vidas. Trata-se das comemorações alusivas ao Dia do Dador, com entrega de galardões, que o Grupo Humanitário Dadores de Sangue da Covilhã efectuou na Biblioteca Municipal. Um evento que serviu também para formar e informar para a dádiva do sangue.
Existente desde 1988, este Grupo acolhe actualmente cerca de 552 sócios movidos pela "boa vontade" de dar sangue. "Como não podemos estar a dizer obrigado todos os dias aos nossos dadores, hoje é uma forma de publicamente podermos estar todos juntos e agradecer-lhes", justifica o presidente da direcção do Grupo, José Maria Fernandes.
Assim, para quem doou dez vezes sangue, recebe um diploma. Aqueles que já têm na conta 20 dádivas, têm direito a uma medalha de cobre. Com 40 dádivas, recebe uma medalha de ouro prateado. A medalha dourada vai para quem já efectuou 60 dádivas. E, por fim, quem já ofereceu sangue 75 vezes, recebe a lágrima de cristal.
António Salvado, 46 anos, esteve presente na sessão solene. Dador há algum tempo, fez já 40 dádivas e recebeu a medalha de ouro prateado. "Comecei por doar sangue porque pediram-me para dar a uma pessoa conhecida e, a partir daí, nunca mais parei", conta.
Quem recebeu a medalha de cobre, com 20 dádivas foi Maria Aurora, 39 anos. Covilhanense de gema, diz que no primeiro dia que foi dar sangue "só pensava nas muitas pessoas que precisam e não o têm". E, por isso, promete continuar a dar. Já Cristina Venâncio, 42 anos, assevera: "Sempre que dou sangue, é um dia de festa para mim". Com mais de dez dádivas, recebeu, pela primeira vez um diploma que simboliza aquilo que sempre quis ser: dadora. Natural do Porto, mas a residir na Covilhã, Cristina assegura: "Quando dou sangue, sinto-me muito bem e sempre que tiver saúde para isso, vou, com todo o gosto, fornecer sangue".
Para o presidente da Federação das Associações de Sangue em Portugal a dádiva do sangue é um "belo acto de generosidade, mas também de cultura", e, por isso, tem que ser feito com muito cuidado. "O Dia do Dador foi criado para fazer um alerta a toda a população para praticar o bem e para dizer que há pessoas solidárias, que estendem o braço e salvam vidas", realça.

"Não há problemas de resposta aos doentes"

Quem não deixou de dizer obrigado, enquanto entidade organizativa, foi Miguel Castelo Branco, em nome do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB). "Por não haver uma autonomia absoluta em termos de dádiva de sangue, só podemos dizer um grande obrigado e dar um grande incentivo para que este movimento de pessoas a favor de outras continue, e seja cada vez mais capaz de responder às necessidades que vão sendo uma constante das nossas vidas", enaltece o director do CHCB. "Numa sociedade que parece mais virada para o egoísmo", o dirigente, realça que há cada vez mais pessoas vocacionadas a dar algo de si. "É de nós prórpios para outros semelhantes que vem a solução dos nossos problemas", lembra.
No que diz respeito à quantidade de sangue no Hospital, o director assegura que "não há problemas em termos de responder às necessidades dos doentes", já que, esclarece, "contámos com duas fracções de sangue". Uma "são os dadores daqui da região que fornecem directamente o sangue ao hospital", explica. A outra, continua, "é proveniente do Instituto Português de Sangue". Mas apesar de ter "uma taxa de cobertura local que não chega aos 50 por cento", o responsável considera que "é um bom contributo para haver uma capacidade assistida e de resposta às necessidades de sangue".


 


Os visitantes tiveram uma oportunidade de conhecer o ambiente