Por
Alexandre S. Silva
Desde
“Is this it?” (2001) dos Strokes,
que não se via fruta tão fresca
no mercado da pop. Da mesma Escócia que
nos deu os Belle & Sebastian, surgem, agora,
os Franz Ferdinand (nome inspirado no arquiduque
austro-húngaro cujo assassinato deu origem
à I Gerra Mundial). Um quarteto com raízes
na electropop dos idos anos 80, e com uma sonoridade
pós-punk tipicamente britânica.
“Franz Ferdinand”, o homónimo
álbum de estreia, é – passe
a analogia – um cabaz cheio de maçãs
verdes e suculentas. Com a pele polida e ainda
humedecida pelas gotas de orvalho. Assim que se
pega na primeira, é impossível não
comer as restantes. De resto, este primeiro registo
dos britânicos é, em todos os aspectos,
surpreendente. Desde o momento em que “Jaqueline”,
a faixa de abertura, descamba, a meio, para o
rock, até ao último acorde de “40
ft”, ouvimos um disco extremamente divertido,
inovador e inteligente como há muito não
se via. Acutilante como uns Strokes e sofisticado
como uns Pulp, promete levar ao rubro as pistas
de dança por esse mundo fora. Para já…
o melhor disco do ano.
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