Os
Detroit Cobras são, muito provavelmente,
o mais bem guardado segredo do blues-rock da actualidade.
A sua carreira não é propriamente
longa, nem a sua discografia extensa. “Seven
Easy Pieces” é, somente, o terceiro
registo da banda. Mas por esta altura, e depois
do excelente “Love, Life and Leaving”
(2001), seria de esperar que já tivessem
atingido um outro patamar de popularidade. Mas
não… continuam longe do mainstream
e a aparecer apenas em catálogos e fanzines
associados ao movimento punk. Tanto melhor.
“Seven Easy Pieces”, tal como o seu
antecessor, adquire, assim, aquele carácter
de tesouro ou lugar secreto que apenas alguns
conhecem. Assemelha-se mais a um EP que propriamente
a um longa duração. Com apenas sete
faixas, o registo lançado pela Rough Trade,
é uma pequena maravilha. É como
uma boa sobremesa que se come em qualquer altura,
que não necessariamente o fim da refeição.
No fim, o sabor adocicado prolonga-se durante
horas. Só é pena que, como qualquer
boa sobremesa, termine tão depressa.