Estudantes contam a sua perspectiva
Testemunhos
Três alunos, as mesmas motivações

Vasco Cardoso, Pedro Manquinho e Ana Cruz contaram ao Urbi et Orbi as suas razões de participação no protesto nacional de dia 24.


Por Daniel Sousa e Silva


Vasco Cardoso (Gestão)


"Eu vim na minha viatura pessoal afirmar, no plano público, os direitos dos estudantes junto do Governo. É a forma possível de demonstração do descontentamento dos estudantes em relação à política governamental, nesta área.
Em termos práticos, espero que sirva como ponto de consideração e influência na discussão das novas leis de bases do Ensino Superior (ES) na Assembleia da República."





Pedro Manquinho (Engenharia Aeronáutica)

"O que me trouxe a Lisboa é o mesmo que me fez vir às anteriores manifestações. Lutar por aquilo que penso ser um direito de todos os jovens do nosso País: um ES de qualidade e gratuito.
É fácil haver um decréscimo do interesse dos estudantes, tendo em conta que muitos já pagaram a propina, parcialmente ou na totalidade. A sua preocupação em relação aos problemas diminui. O que nunca pode acontecer é as associações de estudantes deixarem de lutar.
O facto da ministra dizer que vai manter a sua política, sem negociar com os estudantes, é dar um tiro nos pés. É óbvio que os estudantes estão descontentes e que as propinas são exageradas. A posição de Maria da Graça Carvalho demonstra uma prepotência que não é própria de um membro do Governo."

Ana Cruz (Matemática/Informática)

"Sinto que o único motivo por que isto está a acontecer tem a ver com as medidas regulamentadas no início do ano lectivo, que foram um choque bastante grande. Os estudantes estão um pouco adormecidos, algo que só pode ser atribuído ao laxismo que se sente no ES. No entanto, penso que 5 mil estudantes nas ruas, a comemorar também o Dia do Estudante, é uma força que não se pode negar. Estamos aqui a lutar.
O que me traz aqui é acreditar que ainda podem haver alterações, que podem vir a ser uma melhoria, para aquilo que é o ES em Portugal. Eu acredito muito e continuarei a lutar por isso. A manifestação é a forma que eu encontrei, junto dos meus colegas, para fazer ouvir a minha voz. Não se pode tomar por certo aquilo que não sabemos se o será."