Os obstetras do Sousa Martins querem
pediatra em tempo útil no Hospital, sempre que
necessário
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Guarda
Obstetras do Hospital
da Guarda acusam Andrade de ter mentido
Os obstetras dizem
que "é falso" que tenham exigido um pediatra
24 horas na maternidade e acusam Andrade de ter mentido.
Por isso, recusam ser "bodes expiatórios"
da situação craida no Sousa Martins.
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NC / Urbi et
Orbi
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Os obstetras do Hospital
Sousa Martins, na Guarda, dizem que "é falso
que tenham exigido um pediatra 24h na maternidade",
ao contrário do que foi dito pelo presidente da Administração
Regional de Saúde (ARS) do Centro, Fernando Andrade
(ver carta na página 27). Os médicos do Serviço
de Obstetrícia do Hospital da Guarda acusam este
responsável de ter mentido e omitido informação
aquando do episódio do encerramento da maternidade,
no dia 8, que voltou a abrir um dia depois.
Na altura Fernando Andrade disse que a situação
se acabou por resolver porque os médicos obstetras
deixaram de exigir a presença de um pediatra 24 horas
por dia. O presidente da ARS frisou que o problema iria
ser resolvido com a publicação em Diário
da República de um concurso para três vagas
para o Serviço de Pediatria, que estava com falta
de recursos humanos. E anunciou a entrada ao serviço
de mais uma pediatra já esta semana.
Os obstetras dizem que a sua posição antes
e depois do fecho da maternidade permaneceu inalterável.
E sublinham que apenas querem ter a certeza de que, sempre
que necessário, esteja um pediatra presente em tempo
útil, sem ter que estar em permanência na obstetrícia.
O que, no seu entender, não acontecia desde Fevereiro,
quando o Serviço de Pediatria apresentou ao Conselho
de Administração uma escala com vários
dias sem ninguém disponível. Os signatários
do comunicado contam que, após terem chamado a atenção,
a administração terá sugerido uma solução
que passava por ter um pediatra de prevenção
em casa. Mas a medida foi rejeitada por entenderem que se
podia dar o caso de o serviço não ser prestado
em tempo útil e por considerarem que isso se traduziria
"num retrocesso na qualidade do serviço prestado
à população, com graves riscos para
as crianças nascidas na Maternidade".
"Desde então, e até ao recambolesco episódio
do encerramento da Maternidade, esta funcionava nos dias
em que havia pediatra escalado e não funcionava quando
não havia", salientam. E adiantam que voltou
a abrir quando o Serviço de Pediatria se comprometeu
a apresentar uma escala que tivesse todos os dias um pediatra
em presença física no hospital. Uma cedência
feita "à custa do sacrifício das suas
vidas pessoais", mas cujos contornos o presidente da
ARS terá ocultado. Nomeadamente o facto de terem
sido apresentadas escalas sem qualquer médico pediatra,
"quer em presença, quer em prevenção".
Os obstetras do Hospital Sousa Martins dizem ainda que entendem
que "devido ao aproveitamento político"
que foi feito da abertura da "pseudo-urgência
pediátrica" este serviço seja intocável
e que "seja doloroso reconhecer o falhanço"
na contratação de pediatras, mas acrescentam
que não têm que ser eles "os bodes expiatórios
de uma situação que não criaram e cuja
responsabilidade não podem aceitar".
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