Com as eleições
à porta, não há candidatos à
Direcção do Sporting da Covilhã.
O clube vai, aliás, passar a ser gerido por uma
Comissão de Gestão já a partir da
próxima terça-feira, 30. Dia para o qual
estava agendada uma Assembleia Geral (AG) para eleição
dos novos corpos sociais. O prazo para entrega de listas
para o próximo mandato terminou na segunda-feira,
22, sem que qualquer proposta tenha dado entrada na sede
dos “leões da Serra”.
Uma situação inesperada até porque,
ainda há poucas semanas atrás, vários
rumores davam conta de uma segunda lista para rivalizar
com a do actual presidente. O certo é que nem sequer
João Manuel Petrucci apresentou a sua candidatura.
O dirigente máximo do Sporting da Covilhã,
escusa-se a justificar o porquê de não avançar
para a renovação do mandato, e não
esclarece se está ou não disponível
para continuar ligado aos órgãos sociais
do clube.
Face ao não aparecimento de listas para a Direcção,
o emblema serrano entra num vazio directivo que terá
que ser colmatado, segundo os estatutos do clube, por
uma Comissão de Gestão. Um órgão
que será nomeado na Assembleia Geral de terça-feira
próxima pelo Presidente da Mesa. Contactado pelo
NC, José Luís Brito Rocha diz desconhecer
os motivos pelos quais Petrucci não se recandidata
e afirma-se “traído” pela actual Direcção
uma vez que, justifica, “o actual presidente, tinha-me
garantido que ia continuar por mais um mandato”.
Se assim não fosse, garante, “nunca teria
marcado a Assembleia Geral Extraordinária de 5
de Março para discussão e aprovação
do contrato de cedência do Silo-Auto do clube à
Parq C. Pois não faria sentido estar a decidir
sobre uma situação financeira a um mês
das eleições, se a actual Direcção
não estivesse disposta a continuar”.
Segundo Brito Rocha, tal Assembleia só foi convocada
“porque João Petrucci assinou um documento
em que se comprometia a continuar à frente do clube
por mais um mandato, numa reunião entre os três
órgãos do clube” (Direcção,
Conselho Fiscal e Assembleia Geral). Compromisso que,
reitera o presidente da Mesa da Assembleia, “não
foi cumprido”.
“Negócio do silo-auto é ruinoso”
Contundente, Brito Rocha não poupa críticas
à actual Direcção e ao contrato com
a Parq C. O dirigente diz discordar “totalmente”
com o negócio e considera-o “ruinoso para
o futuro do clube e da cidade” e que serviu apenas
para “resolver compromissos de momento”. “Outra
Direcção, com outra estratégia, tinha
tido outra atitude, que permitisse encarar a grave situação
financeira e desportiva sem sobressaltos”. O presidente
da AG revela ter “tentado chamar à ponderação
os dirigentes do clube, alertando-os para lerem bem as
cláusulas do contrato com a Parq C, e para as implicações
sociais na cidade”. O tempo, conclui, “vai
encarregar-se de reconhecer este negócio como prejudicial
ao clube. Como outros nas décadas de 70 e 80 que
atiraram com o Sporting para a III Divisão e o
deixaram sem património e cheio de dívidas”.
De qualquer modo, o futuro imediato do clube está
nas mãos de Brito Rocha. Marcadas eleições
e não aparecendo lista, os estatutos são
claros. Segundo o nº 4 do artigo 39º, cabe ao
presidente da AG designar uma Comissão de Gestão
e uma Comissão de Fiscalização. Medidas
que o médico admite seguir à risca e para
as quais já tem solução. “A
Comissão de gestão será constituída
pelos principais dirigentes do clube, pois só eles
saberão, com certeza, dirigir a instituição
nas condições que escolheram”. Uma
situação que se irá prolongar até
que seja marcada nova Assembleia Geral para tratar de
novo processo eleitoral.
Por outro lado, face à actual situação,
Brito Rocha anuncia também o seu afastamento do
clube “em definitivo”. O dirigente, diz já
não ter disponibilidade para cargos nos corpos
sociais, e afirma sair “de consciência tranquila,
quer como presidente da Assembleia, quer como covilhanense”.
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