Homens à procura da felicidade
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“Quinze
Minutos de Glória”
Televisão foi
alvo de crítica
Num mundo em ruína,
as personagens procuram a fama, a felicidade e engendram
intrigas, castigos e assassinatos. “Quinze Minutos
de Glória” recorre à crueldade e ao
humor para criticar alguns valores da nossa sociedade.
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Por Celina
Martins
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Num cenário que
apresenta um quotidiano absurdo, as personagens lutam pelo
poder e empreendem para isso vários tipos de esquemas
maquiavélicos. O cenário divide-se em três
partes, correspondendo cada uma a um nível da história.
Tudo começa com um plano, a ideia de criar uma criatura
humana, tal como acontece em Frankenstein. Para isso, Eleutério,
o alquimista, juntamente com Agripino, seu assistente, compram
orgãos a quem os queira vender. Desfilam no cenário
três clientes ou vendedores e todos eles apresentam
as razões pelas quais querem vender partes do corpo
- todos eles procuram a felicidade.
Ao longo da peça da passada sexta feira, 26, não
faltam as referências à Europa, a regimes políticos
e aos mass-media, principalmente à televisão.
Durante a peça, duas televisões dispostas
sobre o palco e algumas personagens fazem referência
de uma forma irónica a alguns programas televisivos,
nomeadamente ao programa “Vidas Reais”.
Uma crítica “à influência da televisão
no dia-a-dia das pessoas e à fugacidade da fama televisiva”,
esclarece Carolina Rodrigues, Eleutério na peça.
Questionam-se também valores da sociedade de consumo
e o facto de muitos serem aqueles que “procuram conquistar
o mundo”, acrescenta ainda.
Uma “critica social exagerada” para Mário
Gomes, um dos espectadores, mas “uma forma interessante
de abordar de um tema destes”, segundo Maria João,
outra espectadora. A peça levada ao palco pelo Grupo
Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro (GRETUA)
foi preparada ao longo de três meses. Brindou o público
com jogos de linguagem, e recorrendo à ironia criticou
vários aspectos da sociedade em que hoje vivemos.
Durante a peça, por várias ocasiões
alguns actores aproximaram-se dos espectadores, interagindo
e pedindo ao público a sua participação.
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