Multas à
vista
Tribunal de Contas detecta irregularidades na autarquia
O presidente da Câmara,
Carlos Pinto, e o vereador Joaquim Matias, podem ser multados
pelo Tribunal de Contas, por alegadamente terem sancionado
dezenas de contratos e avença que foram considerados
nulos.
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NC / Urbi et
Orbi
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O autarca da Covilhã, Carlos Pinto, e o vereador
Joaquim Matias poderão ser multados por terem sancionado
dezenas de contratos de tarefa e avença, sete reclassificações
profissionais e uma promoção, considerados
nulos pelo Tribunal de Contas.
Segundo a Lusa, o Tribunal de Contas (TC) terá
detectado as irregularidades numa fiscalização
às despesas de pessoal da Câmara da Covilhã
realizada em 2002, tendo sido divulgado na terça-feira
o respectivo relatório.
De acordo com as conclusões do relatório,
o processo vai ser remetido ao Procurador-Geral Adjunto,
nomeadamente no que respeita às eventuais infracções
financeiras, cujas responsabilidades recaem sobre o presidente
da Câmara e o vereador Joaquim Matias.
Em causa está o facto de ambos alegadamente terem
sancionado mais de duas dezenas de contratos de tarefa
e avença, sete reclassificações profissionais
e uma promoção, que o TC vem agora considerar
nulos.
Assim, tais actos "incorrem em responsabilidade financeira
sancionatória", não quantificada pelo
TC.
Entre as irregularidades apontadas pelo TC conta-se o
"cumprimento de horários e sujeição
a disciplina e hierarquia de serviço" por
parte de trabalhadores com contratos de tarefa e avença.
Outros daqueles contratos careciam de requisitos legais
necessários e, na generalidade, "as propostas
de contrato encontravam-se deficientemente instruídas".
Segundo o TC, os contratos de tarefa e avença "não
podem legalmente ser utilizados para satisfazer necessidades
permanente de serviço, devendo ser equacionada,
se necessário, a alteração do quadro
de pessoal".
"Documento importante para limar
arestas"
Para o presidente da autarquia,
Carlos Pinto, em declarações à Lusa,
"os contratos corresponderam a necessidade especificas
da época" e, desde então, "todas
as situações têm estado a ser regularizadas,
como é do conhecimento do próprio TC".
Recusando comentar as eventuais infracções
financeiras detectadas, Pinto refere que "este relatório
acaba por ser excelente para a Câmara, dado que
por entre a gestão de largas centenas de pessoas
apenas faz observações a muitos poucos casos".
Por outro lado, o autarca considera o documento "importante"
para limar algumas "arestas" na gestão
municipal.
No que respeita às sete reclassificações
profissionais e uma promoção, segundo o
TC foram feitas sem que os funcionários reunissem
os requisitos legais necessários.
Aos Serviços Municipalizados da Covilhã
(SMAS), o Tribunal assinala a "violação
das normas sobre a elaboração e execução
do orçamento" de 2001, dado que nele "não
existia dotação global específica"
para os contratos de trabalho celebrados.
Ainda assim, nas decisões do relatório,
é realçado o facto de ambas as entidades
municipais manifestarem "a intenção
de corrigir em parte substancial as deficiências
apontadas, tendo adoptado já, em alguns casos,
medidas nesse sentido".
Miguel Nascimento (PS), único vereador da oposição
na Câmara da Covilhã, considera o relatório
do Tribunal da Contas "importante, sobretudo em termos
pedagógicos, para permitir a correcção
de determinadas situações".
Sobre o recurso a contratos de tarefa e avença,
o socialista defende que "quando estamos perante
tarefas permanentes no município, as pessoas sejam
integradas no quadro" e que o acesso às funções
seja feito "através de concurso público".
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