Por Daniel Sousa e Silva


A Covilhã vai desenvolver projectos em conjunto com Fundão, Belmonte e Penamacor

A Câmara da Covilhã aprovou, por unanimidade em reunião do executivo, a constituição de “uma comunidade regional com fins específicos”, juntamente com os outros dois municípios da Cova da Beira (Belmonte e Fundão) e ainda o de Penamacor, na passada sexta feira, 19.
”Comunidade Regional da Cova da Beira” é a designação dada pelos quatros municípios à associação intermunicipal que, de acordo com Carlos Pinto, presidente da edilidade covilhanense, “tem virtualidades excepcionais, porque se vai concentrar em projectos comuns que agora vamos passar a desenvolver com os outros três municípios”.
A sua constituição havia sido definida e acordada no princípio do mês, como forma de dar continuidade a uma estrutura que envolva os quatro concelhos, face à divisão da Cova da Beira no processo de descentralização administrativa. Segundo anunciaram já os respectivos presidentes de câmara, a Covilhã e Belmonte devem juntar-se à Guarda e municípios da Beira Interior Norte para formar uma comunidade urbana, enquanto Fundão e Penamacor procuram formar uma comunidade a Sul, juntamente com Castelo Branco.
A nova associação surge depois de se esgotarem “todos os esforços” para unir os distritos de Castelo Branco e Guarda numa única comunidade urbana, defendida “até à exaustão”, argumentou Carlos Pinto.
Miguel Nascimento, vereador da oposição pelo Partido Socialista, justifica o seu voto favorável por ser “uma excelente iniciativa, já que vejo que há um argumento objectivo, que efectivamente pugna pelo desenvolvimento da Cova da Beira. Em termos de organização e desenvolvimento territorial, é a primeira vez que o vejo num documento do género”. No entanto, lembra que “ainda não surgiu uma proposta para a constituição de uma comunidade urbana”, reiterando a sua já conhecida posição de que “o processo das comunidades é mau”, porque “provoca divisões e atritos entre os autarcas”.
“Com este quadro da divisão em dois da região, o que se concebe é que os distritos da Guarda e Castelo Branco vão continuar separados, a base de matriz dos dois distritos já não existe e a Cova da Beira também já não existe”, afirma o vereador, avaliando que “a associação intermunicipal serve para mostrar às pessoas que, apesar da Cova da Beira passar a ser «rachada ao meio» pelo processo das comunidades, continua a manter a sua unidade”.
Ainda durante a reunião de executivo, Miguel Nascimento apresentou uma moção para a Câmara da Covilhã fazer tudo ao seu alcance, de modo a combater a possibilidade de fecho da maternidade da Covilhã, que não chega a ser votada, porque entretanto é retirada pelo vereador da oposição, devido à garantia de Carlos Pinto de apresentar a sua demissão, caso tal facto acontecesse.