A Câmara da Covilhã
aprovou, por unanimidade em reunião do executivo,
a constituição de “uma comunidade
regional com fins específicos”, juntamente
com os outros dois municípios da Cova da Beira
(Belmonte e Fundão) e ainda o de Penamacor, na
passada sexta feira, 19.
”Comunidade Regional da Cova da Beira” é
a designação dada pelos quatros municípios
à associação intermunicipal que,
de acordo com Carlos Pinto, presidente da edilidade covilhanense,
“tem virtualidades excepcionais, porque se vai concentrar
em projectos comuns que agora vamos passar a desenvolver
com os outros três municípios”.
A sua constituição havia sido definida e
acordada no princípio do mês, como forma
de dar continuidade a uma estrutura que envolva os quatro
concelhos, face à divisão da Cova da Beira
no processo de descentralização administrativa.
Segundo anunciaram já os respectivos presidentes
de câmara, a Covilhã e Belmonte devem juntar-se
à Guarda e municípios da Beira Interior
Norte para formar uma comunidade urbana, enquanto Fundão
e Penamacor procuram formar uma comunidade a Sul, juntamente
com Castelo Branco.
A nova associação surge depois de se esgotarem
“todos os esforços” para unir os distritos
de Castelo Branco e Guarda numa única comunidade
urbana, defendida “até à exaustão”,
argumentou Carlos Pinto.
Miguel Nascimento, vereador da oposição
pelo Partido Socialista, justifica o seu voto favorável
por ser “uma excelente iniciativa, já que
vejo que há um argumento objectivo, que efectivamente
pugna pelo desenvolvimento da Cova da Beira. Em termos
de organização e desenvolvimento territorial,
é a primeira vez que o vejo num documento do género”.
No entanto, lembra que “ainda não surgiu
uma proposta para a constituição de uma
comunidade urbana”, reiterando a sua já conhecida
posição de que “o processo das comunidades
é mau”, porque “provoca divisões
e atritos entre os autarcas”.
“Com este quadro da divisão em dois da região,
o que se concebe é que os distritos da Guarda e
Castelo Branco vão continuar separados, a base
de matriz dos dois distritos já não existe
e a Cova da Beira também já não existe”,
afirma o vereador, avaliando que “a associação
intermunicipal serve para mostrar às pessoas que,
apesar da Cova da Beira passar a ser «rachada ao
meio» pelo processo das comunidades, continua a
manter a sua unidade”.
Ainda durante a reunião de executivo, Miguel Nascimento
apresentou uma moção para a Câmara
da Covilhã fazer tudo ao seu alcance, de modo a
combater a possibilidade de fecho da maternidade da Covilhã,
que não chega a ser votada, porque entretanto é
retirada pelo vereador da oposição, devido
à garantia de Carlos Pinto de apresentar a sua
demissão, caso tal facto acontecesse.
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