O Centro Hospitalar
da Cova da Beira pretende a atribuição de
25 vagas para médicos internos em 17 especialidades
clínicas. “O pedido, à Ordem dos Médicos
(OM), de reavaliação dos serviços,
para atribuição de mais médicos internos,
foi feito no final de Fevereiro na sequência de
uma reunião com a OM promovida pelo secretário
de Estado Adjunto da Saúde, Adão e Silva,”
conta Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de
Administração da unidade de saúde.
O objectivo é reforçar as capacidades formativas
do hospital. Miguel Castelo Branco é da opinião
que “a capacidade de formar médicos está
subavaliada”, frisando que os colégios das
diversas especialidades médicas não avaliam
o hospital há mais 3 anos. “Ainda estamos
a ser avaliados pelo número de médicos e
pelo equipamento existente no hospital antigo. O número
de médicos quase duplicou e o equipamento existente
é tecnologia de ponta” afirmou Miguel Castelo
Branco, acrescentando que, por isso, nenhum serviço
dispõe de idoneidade total para a pós graduação
de médicos.
No encontro, realizado em Lisboa, participaram os presidentes
dos colégios das especialidades, o presidente do
Conselho dos Internatos, o Bastonário da OM, as
administrações dos três hospitais
da Beira Interior (Covilhã, Guarda e Castelo Branco),
o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde
da UBI, João Queiroz, e os coordenadores da sub-regiões
de Saúde de Castelo Branco e da Guarda.
A necessidade de aumentar as capacidades formativas foi
constatada na visita, a 30 de Janeiro, do secretário
de Estado Adjunto da Saúde, Adão e Silva,
à Faculdade de Ciências da Saúde da
UBI. Na altura, o membro do Governo reconheceu a escassez
de instituições de saúde da Beira
Interior com capacidades formativas capazes de acolher
os jovens após a sua formação universitária,
considerando a reavaliação “prioritária”.
Adão e Silva, aquando da sua visita à Covilhã,
defendeu ser crucial que “os jovens que se formam
na UBI não partam para outras terras mais distantes
para poder fazer o seu internato médico”,
correndo o risco de se “voltar um pouco ao princípio”,
porque se “vai perder os recursos humanos que já
estão fixados”.
A reunião, de acordo com Miguel Castelo Branco,
foi “bastante produtiva”, realçando
que, “pela primeira vez, há o interesse do
Ministério da Saúde em alterar os planos
de formação para colocação
de profissionais no Interior”. A existência
de mais capacidades formativas não garante a fixação
dos médicos, mas torna-a “mais fácil,
porque a formação é prolongada e
os médicos ganham raízes na Região”,
retorquiu Miguel Castelo Branco, concluindo que “
é um bom caminho para responder às necessidades
de profissionais no Interior”.
Além dos 25 internos pedidos pelo CHCB, a OM recebeu
um pedido para mais 13 no Hospital Sousa Martins (HSM),
na Guarda. O pedido feito pelo Hospital Amato Lusitano
(HAL) é, por enquanto, desconhecido.
No CHCB estão, actualmente, em formação
seis médicos enquanto que no HSM se encontram em
formação 18 médicos. Para 2004, o
Ministério da Saúde, sob proposta da OM,
colocou seis médicos no HSM, quatro no HAL e apenas
um no CHCB.
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