Muito perto do centro da cidade
Casa degradada é refúgio de droga e prostituição

A “casa” 31 da Rua Comendador Marcelino, desabitada já há algum tempo, é o espaço que está a servir de refúgio a drogados e a prostitutas. Uma situação que está a deixar os moradores “com medo” e que é vista como um antro de “podridão”. A PSP já esteve no local e assegura ter tomado as “medidas necessárias”.

NC / Urbi et Orbi


A Rua Comendador Marcelino, mais propriamente, o número 31, está a ser um refúgio para drogados e um abrigo para a prostituição. A “casa”, desabitada já há algum tempo e completamente deteriorada, é agora um local onde estes homens e mulheres passam a maior parte do seu tempo, seja de dia ou de noite, para se drogarem ou prostituírem. Uma situação que foi dando nas vistas e que deixou os moradores vizinhos, ameaçados com todo aquele panorama degradante. No chão, são bem visíveis os “objectos” utilizados pelos drogados, bem como outros acessórios ligados a este flagelo. Beatas, seringas, pratas usadas e queimadas, um cobertor, são, entre outras, algumas das coisas bem à vista por quem naquela “casa” entrar.
Segundo o que se conseguiu apurar, junto de um morador que reside ali perto, que prefere não identificar-se, por cima da “casa” degradada, mora apenas uma pessoa. “É um senhor já de idade e é o único que ali mora no meio daquelas casas a cair aos bocados”.
João (nome fictício), morador nas redondezas com mulher e filhos, também se apercebeu do que ali se passava e admite não se sentir seguro. “Há cerca de dois meses que me apercebo que ali entram várias pessoas entre os 20 e os 40 anos, e há pouco tempo também comecei a ver seringas no chão, o que me deixou muito preocupado”, diz. “Como deixam cair muitas beatas para o chão, eu tenho medo que me ponham fogo à casa”, confessa inquietado. Apesar de admitir que ainda não fez queixa à polícia por “medo”, o popular frisa que estas pessoas “têm que ser apanhadas em flagrante pela polícia para deixarem a população descansada”. Ainda segundo João, “os senhorios não se importam com aquelas casas e por isso é que elas estão velhas e a cair aos bocados”.
Quem vê todos os dias “pessoas a entrarem lá para dentro e mulheres para se prostituírem” é Joaquim (nome fictício), que também passa algumas horas do dia naquela zona da cidade. “Antigamente eles iam para o Jardim, mas como agora a polícia está sempre lá, vêm para este buraco e não vêm para conversar”, ironiza. Não tendo ainda feito queixa às autoridades policiais pela mesma razão que João, Joaquim revela que “as pessoas têm medo do que eles possam fazer e já chegámos a dizer ao único morador para ter muito cuidado porque podem vir a fazer-lhe mal”. E realça: “É preciso ter muita cautela porque aquilo é uma podridão, está tudo velho e qualquer dia, eles ainda põem fogo”. De acordo com Joaquim, ele próprio diz já ter visto “homens de certa idade a entrarem ali porque sabem que há prostitutas”.
Manuel (nome fictício) é uma entre outras pessoas que passam pela rua com medo e insegurança. Daí, não ter dito, igualmente, nada à polícia. E por entre lágrimas afirma: “Tenho medo de ficar ali, não me sinto seguro e, durante a noite não durmo porque estou sempre sobressaltado”.

Senhorios desconhecem situação

Os senhorios da casa não tinham qualquer conhecimento do que se passava. Para além de serem já pessoas com certa idade, Maria (nome fictício) revela: “Há três meses que cá não estou e não sabia que iam para lá drogados e prostitutas”, até porque, sustenta, “a casa está toda a cair aos pedaços”. No entanto, lamenta que “nada vão poder resolver sozinhos”, já que, continua, “as casas não são só nossas, são três os senhorios no total”.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) local teve conhecimento do que acontecia na “casa” 31. “A PSP, assim que tomou conhecimento dos factos, deslocou-se imediatamente ao local e tomou as medidas julgadas necessárias para que o local deixe de ser frequentado por aquele tipo de pessoas”, explica o comandante. Porém, João Amaral lamenta que “as pessoas que sabiam daquela situação, não tenham feito já queixa na polícia”. “A segurança é uma responsabilidade de todos e não só das forças de segurança”, e, por isso, lembra, “os nossos concidadãos devem colaborar e ter mais confiança na polícia”. Para além do que, estes casos, ressalva, “podem ser denunciados no anonimato”.