A religião cristã,
a ordenação da mulher sacerdotisa, a crise
de vocações e a falta de religiosidade dos
jovens foram alguns dos temas abordados pelo licenciado
Pedro Ferreira, que apresentou prova de mestrado em sociologia
na passada quarta feira, dia 17. Portões de ferro,
portões de vidro foi o nome dado à prova
de mestrado que debruça-se essencialmente sobre
a religião cristã.
A prova de mestrado foi o resultado de um trabalho de
campo que durou meio ano e que teve como local de estudo
o Seminário Maior da Guarda. Pedro Ferreira refere
que a crise de vocações que atravessa os
seminários “é quase como uma questão
de terrorismo, porque a religião está em
toda a parte.” Salienta ainda que “os padres
não se reciclam e têm falta de preparação
para lidar com os jovens, tanto na paróquia como
nos seminários”. O esvaziamento dos seminários
é, segundo o licenciado, o resultado de colocarem
os seminaristas menores numa espécie de estufa.
A prova de mestrado teve como arguente Carlos de Oliveira,
professor auxiliar da Universidade de Évora. Satisfeito
com a apresentação, o arguente acrescenta
que “todos os estudos nesta área são
importantes. Infelizmente, a falta de estudos neste campo
talvez se justifique por não serem tão económicos...”,
adianta Carlos de Oliveira.
Na discussão sobre a prova de mestrado debateu-se
a questão de que nem todas as religiões
têm o mesmo deus e levantou-se a questão
se é ou não a Bíblia que atribui
à mulher o papel de segundo plano. Carlos de Oliveira
responde que “a Bíblia não é
mais do que a escrita dos homens sobre Deus, logo não
é a Bíblia que coloca a mulher em segundo
plano, mas sim a cultura, os homens que escrevem a Bíblia...”.
O arguente conclui ainda que “é a vivência
extremamente masculinizada no seio da Igreja que remete
a mulher para segundo plano”.
Finda a prova, procedeu-se à avaliação
por parte do júri. O licenciado Pedro Ferreira
foi aprovado com a classificação de “Muito
Bom”.
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