Ana Amaral foi uma das oradoras das Jornadas
Jornadas de Matemática
Na terra dos números

Faces escondidas e pouco estudadas de uma ciência básica foram abordadas nas Jornadas da Matemática. Três dias em que professores e alunos trocaram conhecimentos e dúvidas sobre os números.


Por Eduardo Alves


É através do jogo que a professora Ana Amaral transmite os conhecimentos matemáticos aos seus alunos. Um resultado que por mais cálculos que sejam feitos, tem dado sempre positivo. De tal forma que esta maneira de ensinar o dois mais dois é já objecto de estudo numa tese de Mestrado.
A oitava edição das Jornadas de Matemática, realizadas pelo Núcleo de Alunos de Matemática, Matubi, conseguiu reunir algumas novidades. Uma iniciativa realizada em estreita ligação com o departamento de Matemática da Universidade da Beira Interior (UBI). Os objectivos básicos passaram por dar a conhecer aos alunos de Matemática, vertente ensino, e também a todos aqueles que gostam de números, uma face menos teórica desta ciência exacta.
João Lourenço, aluno de Matemática Ensino e também presidente do Núcleo de Estudantes, alude para o facto de "estas serem umas jornadas bastante diferentes das até então realizadas". Ao desafio lançado pelo departamento, de convidar os professores de Mestrado para apresentarem as suas teses, os estudantes responderam de forma positiva e o somatório de todas estas parcelas deu origem "a uma iniciativa gratificante".
Durante os três dias em que decorreu a iniciativa, 16 a 18 de Março, os participantes entraram numa troca de experiências com futuros colegas de profissão. O presidente do Matubi refere isso mesmo. Para João Lourenço, "o objectivo fundamental deste encontro é a troca de conhecimentos sobre o modo de leccionar a matemática".

1, 2, 3, a conta que a UBI fez

O caos é associado por grande parte dos alunos à disciplina de matemática. Nas oitavas jornadas do Matubi, era título de uma conferência. Tal como o teorema das quatro cores, o jogo, e os fractais. Temáticas abordadas por quem ensina todos os dias o abc dos números. Truques e dicas para conseguir resultados mais positivos e um maior conhecimento desta disciplina. Nada que esteja a "distâncias inacessíveis", como o título da conferência apresentada por Tiago Rodrigues, aluno Matemática na UBI.
A fórmula do sucesso é simples e não precisa de grandes cálculos para bater certa. Na opinião dos organizadores e docentes participantes, "há que aproximar mais o abstracto desta ciência ao mundo comum". Comparar, extrapolar a teoria dos números para objectos práticos e visíveis parece ser a solução. Outra das novidades que estas jornadas trouxeram, no ensino e explicação da matemática, passa pela ligação destes saberes aos jogos.
Estimular o raciocínio e o cálculo, pelo jogo, "é muito mais fácil e eficaz", sublinha Ana Amaral. Esta licenciada em matemática e actualmente docente do Ensino Básico e Secundário, espera apresentar em breve a sua tese de Mestrado. Um estudo que fala sobre objectos geométricos, construídos segundo as fórmulas matemáticas e obedecendo às leis numéricas. Mas, objectos e jogos esses "que dão a possibilidade de explicar a matéria teórica de uma forma mais prática e lúdica".
Para além de várias conferências e aulas práticas, os participantes no evento tiveram ainda direito a um jantar convívio, e a um sarau cultural. O saldo apresenta-se em números, pois que de outra coisa não se fala, e a organização espera "continuar com novos e melhores projectos". A matemática vista por um outro prisma.