É através
do jogo que a professora Ana Amaral transmite os conhecimentos
matemáticos aos seus alunos. Um resultado que por
mais cálculos que sejam feitos, tem dado sempre positivo.
De tal forma que esta maneira de ensinar o dois mais dois
é já objecto de estudo numa tese de Mestrado.
A oitava edição das Jornadas de Matemática,
realizadas pelo Núcleo de Alunos de Matemática,
Matubi, conseguiu reunir algumas novidades. Uma iniciativa
realizada em estreita ligação com o departamento
de Matemática da Universidade da Beira Interior (UBI).
Os objectivos básicos passaram por dar a conhecer
aos alunos de Matemática, vertente ensino, e também
a todos aqueles que gostam de números, uma face menos
teórica desta ciência exacta.
João Lourenço, aluno de Matemática
Ensino e também presidente do Núcleo de Estudantes,
alude para o facto de "estas serem umas jornadas bastante
diferentes das até então realizadas".
Ao desafio lançado pelo departamento, de convidar
os professores de Mestrado para apresentarem as suas teses,
os estudantes responderam de forma positiva e o somatório
de todas estas parcelas deu origem "a uma iniciativa
gratificante".
Durante os três dias em que decorreu a iniciativa,
16 a 18 de Março, os participantes entraram numa
troca de experiências com futuros colegas de profissão.
O presidente do Matubi refere isso mesmo. Para João
Lourenço, "o objectivo fundamental deste encontro
é a troca de conhecimentos sobre o modo de leccionar
a matemática".
1, 2, 3, a conta que a UBI fez
O caos é associado por grande parte dos alunos
à disciplina de matemática. Nas oitavas
jornadas do Matubi, era título de uma conferência.
Tal como o teorema das quatro cores, o jogo, e os fractais.
Temáticas abordadas por quem ensina todos os dias
o abc dos números. Truques e dicas para conseguir
resultados mais positivos e um maior conhecimento desta
disciplina. Nada que esteja a "distâncias inacessíveis",
como o título da conferência apresentada
por Tiago Rodrigues, aluno Matemática na UBI.
A fórmula do sucesso é simples e não
precisa de grandes cálculos para bater certa. Na
opinião dos organizadores e docentes participantes,
"há que aproximar mais o abstracto desta ciência
ao mundo comum". Comparar, extrapolar a teoria dos
números para objectos práticos e visíveis
parece ser a solução. Outra das novidades
que estas jornadas trouxeram, no ensino e explicação
da matemática, passa pela ligação
destes saberes aos jogos.
Estimular o raciocínio e o cálculo, pelo
jogo, "é muito mais fácil e eficaz",
sublinha Ana Amaral. Esta licenciada em matemática
e actualmente docente do Ensino Básico e Secundário,
espera apresentar em breve a sua tese de Mestrado. Um
estudo que fala sobre objectos geométricos, construídos
segundo as fórmulas matemáticas e obedecendo
às leis numéricas. Mas, objectos e jogos
esses "que dão a possibilidade de explicar
a matéria teórica de uma forma mais prática
e lúdica".
Para além de várias conferências e
aulas práticas, os participantes no evento tiveram
ainda direito a um jantar convívio, e a um sarau
cultural. O saldo apresenta-se em números, pois
que de outra coisa não se fala, e a organização
espera "continuar com novos e melhores projectos".
A matemática vista por um outro prisma.
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