“As Moscas”
Uma trama entre os deuses e os homens
A rebelião humana
contra os caprichos divinos fez a sua aparição
na peça de sábado à noite, no Teatro
Cine da Covilhã, pelas mãos do Grupo de
Teatro da Universidade do Algarve.
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Por Joana Silva
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No sexto dia do VIII Ciclo de Teatro Universitário
da Beira Interior, o Teatrubi (Grupo de Teatro da Universidade
da Beira Interior) trouxe ao Teatro Cine da Covilhã
o Sin-Cera (Grupo de Teatro da Universidade do Algarve)
com a peça “As Moscas”.
A peça conta a história de Orestes, filho
de um rei assassinado pela própria mãe e
o amante. Revoltado e movido pelo desejo de vingança,
Orestes volta ao seu reino, passados 15 anos, a fim de
tirar a vida àqueles que assassinaram o seu pai.
Com a sua irmã, Electra, engendra o crime. Profundamente
perturbada, Electra vê-se atormentada pelo Deus
Júpiter a quem mendiga perdão pela compactuação
do crime já consumado. E no meio do turbilhão
de emoções surgem as moscas, devorando todos
aqueles que se rendam ao arrependimento e ao remorso.
Os dois irmãos descobrem a liberdade como um exílio
em que a solidão é a angústia de
ambos e o remorso é o aguilhão humano de
que a eternidade divina se alimenta.
Orestes, personagem masculino, é representado pela
actriz Susana Nunes. Para a actriz, que faz a representação,
em grande parte, despida, explica que para a escolha de
um actor para assumir aquele papel “não interessava
o sexo” mas “certas características”.
Para Vera Rodrigues, outra das actrizes, o papel das moscas
“é muito bonito” pois que vive do improviso.
A peça mistura a cultura grega com a romana e acrescenta
elementos contemporâneos, como óculos de
sol e um microfone, descontextualizando o espaço
e o tempo. A trama sobre os deuses e os homens possui
também nuances de monoteísmo.
Até 27 de Março, o Teatro Cine da Covilhã
irá receber mais quatro grupos de teatro universitário,
concluindo o Ciclo com um concerto de encerramento no
BA (Bar da Associação).
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