Por Daniel Sousa e Silva


O Hospital da Covilhã espera por mais médicos

O Centro Hospitalar da Cova da Beira pretende a atribuição de 25 vagas para médicos internos em 17 especialidades clínicas. “O pedido, à Ordem dos Médicos (OM), de reavaliação dos serviços, para atribuição de mais médicos internos, foi feito no final de Fevereiro na sequência de uma reunião com a OM promovida pelo secretário de Estado Adjunto da Saúde, Adão e Silva,” conta Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração da unidade de saúde.
O objectivo é reforçar as capacidades formativas do hospital. Miguel Castelo Branco é da opinião que “a capacidade de formar médicos está subavaliada”, frisando que os colégios das diversas especialidades médicas não avaliam o hospital há mais 3 anos. “Ainda estamos a ser avaliados pelo número de médicos e pelo equipamento existente no hospital antigo. O número de médicos quase duplicou e o equipamento existente é tecnologia de ponta” afirmou Miguel Castelo Branco, acrescentando que, por isso, nenhum serviço dispõe de idoneidade total para a pós graduação de médicos.
No encontro, realizado em Lisboa, participaram os presidentes dos colégios das especialidades, o presidente do Conselho dos Internatos, o Bastonário da OM, as administrações dos três hospitais da Beira Interior (Covilhã, Guarda e Castelo Branco), o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, João Queiroz, e os coordenadores da sub-regiões de Saúde de Castelo Branco e da Guarda.
A necessidade de aumentar as capacidades formativas foi constatada na visita, a 30 de Janeiro, do secretário de Estado Adjunto da Saúde, Adão e Silva, à Faculdade de Ciências da Saúde da UBI. Na altura, o membro do Governo reconheceu a escassez de instituições de saúde da Beira Interior com capacidades formativas capazes de acolher os jovens após a sua formação universitária, considerando a reavaliação “prioritária”. Adão e Silva, aquando da sua visita à Covilhã, defendeu ser crucial que “os jovens que se formam na UBI não partam para outras terras mais distantes para poder fazer o seu internato médico”, correndo o risco de se “voltar um pouco ao princípio”, porque se “vai perder os recursos humanos que já estão fixados”.
A reunião, de acordo com Miguel Castelo Branco, foi “bastante produtiva”, realçando que, “pela primeira vez, há o interesse do Ministério da Saúde em alterar os planos de formação para colocação de profissionais no Interior”. A existência de mais capacidades formativas não garante a fixação dos médicos, mas torna-a “mais fácil, porque a formação é prolongada e os médicos ganham raízes na Região”, retorquiu Miguel Castelo Branco, concluindo que “ é um bom caminho para responder às necessidades de profissionais no Interior”.
Além dos 25 internos pedidos pelo CHCB, a OM recebeu um pedido para mais 13 no Hospital Sousa Martins (HSM), na Guarda. O pedido feito pelo Hospital Amato Lusitano (HAL) é, por enquanto, desconhecido.
No CHCB estão, actualmente, em formação seis médicos enquanto que no HSM se encontram em formação 18 médicos. Para 2004, o Ministério da Saúde, sob proposta da OM, colocou seis médicos no HSM, quatro no HAL e apenas um no CHCB.