Viagens na minha terra
Santarém
Por Catarina Moura
Um dos roteiros mais interessantes
para Santarém foi talvez o desenhado por Almeida
Garrett nas suas “Viagens na minha terra”,
que todos os anos levam a esta cidade excursões
e visitas de estudo oriundas de todo o país. A
reacção de quem não sabe ao que vai
é invariavelmente de agradável surpresa.
Espreitando o Tejo e as infinitas lezírias na altivez
da sua colina amuralhada, Santarém é um
pequeno tesouro que vale a pena descobrir. A capital ribatejana
é uma cidade ampla, bonita e organizada, que a
cada rua, a cada dobrar de esquina nos oferece magníficos
exemplares do seu vasto e rico património histórico.
Conquistada aos Mouros em 1143, conserva desses tempos
a muralha que enquadra o frondoso jardim das Portas do
Sol, onde há escassos anos foram também
descobertos vestígios soterrados da presença
romana, dando a essa zona limítrofe da cidade uma
nova fonte de interesse. Mas o centro, recentemente fechado
ao trânsito e transformado numa agradável
zona pedonal, é também terreno de descobertas
tão interessantes como o emaranhado de pequenas
ruas que constituía a antiga mouraria e, aqui e
ali, belíssimos exemplares religiosos dos mais
diversos estilos, imperando no entanto aquele que levou
a que Santarém ficasse conhecida como a “Capital
do Gótico” e que tem na Igreja da Graça
o seu máximo expoente.
A par deste património, a cidade, de vincadas raízes
rurais, tornou-se conhecida por duas grandes feiras anuais
de relevo nacional: o Festival da Gastronomia e a Feira
da Agricultura, que há poucos anos foram dignificadas
com o CNEMA (Centro Nacional de Exposições),
um recinto nobre e amplo que é também espaço
de concertos e todo o tipo de eventos culturais e que
marcou a expansão física de Santarém,
sublinhando o seu estatuto histórico de capital
de distrito e de província.
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