As sociedades mudam
e o mundo do trabalho também. Encontrar novos pontos
de convergência entre estes dois campos é
o objectivo do worshop promovido pela Centro de Estudos
Sociais da UBI. Uma temática que reuniu no pólo
IV da UBI personalidades de vários quadrantes.
Os "novos desafios na organização do
trabalho" foram debatidos por professores universitários,
responsáveis por projectos de cariz social e entidades
empregadores.
Na introdução da sua palestra, Rui Mora,
docente da Universidade Autónoma (UA) explica a
importância do debate. Para este estudioso "da
massa social", o início do século XXI
marca "o confronto entre os velhos e os novos paradigmas
tecnológicos, económicos e laborais".
Depois de meio século de condutas e contratos laborais,
"baseados em modelos antigos", o docente da
UA explica que "o mercado está a mudar o seu
comportamento".
Todos aqueles que procuram o "seu lugar ao sol",
devem apresentar como credenciais, "a formação
e o conhecimento multifacetado" aliados a "uma
nova dinâmica laboral", acrescenta Rui Mora.
Daí que, o investimento em áreas científicas
seja um dos principais objectivos para o nosso país.
Portugal "deve aproveitar bem os fundos comunitários"
e aplicar estas mesmas verbas "na formação
das suas pessoas". Desta maneira, Mora garante que
o desenvolvimento "será maior", tal como
o crescimento do mercado.
Empreendedorismo é fundamental
Mais difícil de proferir do que aplicar, esta
palavra resume a capacidade de iniciativa presente em
cada pessoa. A sincronia dos tempos e a flexibilidade
destes mesmos compõem o estudo de Emília
Araújo. A socióloga da Universidade do Minho
(UM) refere que "os novos desafios do mundo laboral
tendem a suplantar as obrigações familiares".
Cada vez mais "se investe tempo no trabalho e se
esquece a família", afiança a docente.
Construir modelos compatíveis entre os dois mundos,
é para Emília Araújo a base "do
sucesso pessoal e profissional". Para que se obtenham
os melhores resultados "e alcancem utopias".
A formação deve estar sempre presente, mas
"de forma a poder ser compatível com o plano
familiar". A resolução desta problemática
e de possíveis incompatibilidades "passa pelo
trabalhador e pela sua gestão laboral", referem
as palavras da docente, mas "as entidades laborais
e a própria família devem contribuir com
todo o apoio possível", remata.
O projecto ConVidas prevê "dar um enfoque especial
ao mundo do trabalho". A Beira Serra, em parceria
com várias entidades, entre as quais a UBI, é
a a entidade promotora do ConVidas. Graça Rojão,
coordenadora desta iniciativa, sublinha ainda o papel
essencial que o emprego tem para a conciliação
entre "a vida familiar e a realização
profissional de cada indivíduo".
Nas contas do trabalho somam-se democratização
no acesso às novas tecnologias e investimento na
formação, mas subtrai-se "o tempo dado
à família e ao lazer", analisa a coordenadora.
Daí que a principal conclusão deste workshop
aponte para novas políticas de gestão de
tempo.
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