A UBI é um dos
parceiros do projecto europeu 2xTRA (Transferência
Tecnológica dos Resultados da Investigação
na Área Atlântica). A primeira reunião
de especialistas europeus em transferência tecnológica
vai ter lugar no Pagus Park, em Oeiras, na próxima
quinta e sexta feira.
”O principal objectivo consiste em caracterizar as
capacidades de transferência de tecnologias entre
agentes regionais num âmbito transaccional de práticas,
nomeadamente a normalização de contratos de
Investigação e Desenvolvimento (I&D),
actividades de marketing e apreciação de comercialização
dos direitos de propriedade intelectual”, descreve
Sílvio Mariano, um dos responsáveis da UBI
envolvido no projecto.
No encontro vão ser apresentados manuais sobre gestão
de transferência tecnológica das universidades
para as empresas, extracção de ideias de negócio
da investigação científica, monitorização
das empresas incubadas, comercialização de
tecnologias e melhores práticas de inovação
nas pequena e média empresas.
“O manual, ainda em forma de esboço, explica
como nós [UBI] conseguimos transferir tecnologia,
habitualmente inovadora, do Departamento de Electromecânica,
em particular, e da UBI, em geral, para uma indústria”,
conta.
Na UBI, estão cinco pessoas envolvidos no projecto.
Para além de Sílvio Mariano, estão
na equipa Rosário Calado, Denis Coelho, João
Matias e Pedro Dinis.
A partir da experiência de trabalho feito na UBI vai
ser construído de um manual em que vai se vai esquematizar
passo por passo a forma actuam. Dando exemplos concretos,
Sílvio Mariano, lembra alguns casos que já
passaram pela instituição. Um deles tem a
ver com a criação de um programa de optimização
feito na UBI a pedido de uma empresa. “Foi possível
criar um produto final a partir de tecnologia existente
na Universidade”.
Outro exemplo de transferência de tecnologia na UBI
dado por Sílvio Mariano é a resolução
de um problema de uma linha de produção de
uma empresa. “Pensou-se que seria melhor a construção
de um protótipo, mas este esteve sujeito aprovação
de uma proposta em que se dizia que a empresa deveria pagar
os materiais que eram necessários. Um outro trabalho
relaciona-se com consultadoria na área da energética,
um trabalho feito para uma padaria. Esses casos de sucesso
vão ser utilizados como referência no manual.
“Uma da nossas vantagens é o nosso conhecimento
de certas matérias, Existe um «know-how»
superior ao que, habitualmente, há indústria,
por isso, quando existe problemas que eles não conseguem
resolver através de software standard, acabem por
recorrer à universidade.
Troca de manuais
No final, quando o manuais de cada parceiro do projecto
estiverem prontos, os parceiros vão ter de adoptar
um manual que não o seu. “Vamos escolher
um manual de transferência de tecnologia de um dos
parceiros e tentar adoptar as suas práticas, pretende
que se consiga ir buscar um pouco do “know-how”
de dos outros parceiros. Isto é extremamente importante
para nós, porque se pode conseguir uma mais-valia
a nível teórico”, adianta
Sílvio Mariano é da opinião que,
em Portugal, “somos ainda amadores na transferência
de tecnologias e incubação de empresas,
mas tal não acontece nos outros países nosso
parceiros que já o fazem como prática habitual”.
A participação portuguesa, para além
da UBI, é feita pelo Instituto de Soldadura e Qualidade
e a empresa Enunciação. A Universidade Pública
de Navarra, que lidera, a Fundação INASMET
do País Basco, a Universidade de Cadiz e a Sociedade
para a promoção de Iniciativas Empresarias
Inovadoras, ligada à Universidade de Santiago de
Compostela são os parceiros espanhóis.
A Incubadora Regional da Aquitânia e a Escola Superior
das Tecnologias Industriais Avançadas, de França,
o Centro Nacional da Alimentação e a Universidade
Nacional de Galway, da Irlandae a Startech Partners da
Escócia são os restantes parceiros.
O projecto 2xTRA, que prevê dois encontros anuais
no conjunto de países envolvidos, decorre até
Setembro de 2006 e é financiado pela União
Europeia, no âmbito do INTERREG IIIB.
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