Sílvio Mariano é o líder do projecto na UBI
Transferência de tecnologia desenvolvida na UBI
Peritos europeus reunidos no Tagus Park

A reunião de mais de duas dezenas especialistas em transferência tecnológica em Oeiras, durante esta semana vai ter representantes da Universidade da Beira Interior.


Por Daniel Sousa e Silva


A UBI é um dos parceiros do projecto europeu 2xTRA (Transferência Tecnológica dos Resultados da Investigação na Área Atlântica). A primeira reunião de especialistas europeus em transferência tecnológica vai ter lugar no Pagus Park, em Oeiras, na próxima quinta e sexta feira.
”O principal objectivo consiste em caracterizar as capacidades de transferência de tecnologias entre agentes regionais num âmbito transaccional de práticas, nomeadamente a normalização de contratos de Investigação e Desenvolvimento (I&D), actividades de marketing e apreciação de comercialização dos direitos de propriedade intelectual”, descreve Sílvio Mariano, um dos responsáveis da UBI envolvido no projecto.
No encontro vão ser apresentados manuais sobre gestão de transferência tecnológica das universidades para as empresas, extracção de ideias de negócio da investigação científica, monitorização das empresas incubadas, comercialização de tecnologias e melhores práticas de inovação nas pequena e média empresas.
“O manual, ainda em forma de esboço, explica como nós [UBI] conseguimos transferir tecnologia, habitualmente inovadora, do Departamento de Electromecânica, em particular, e da UBI, em geral, para uma indústria”, conta.
Na UBI, estão cinco pessoas envolvidos no projecto. Para além de Sílvio Mariano, estão na equipa Rosário Calado, Denis Coelho, João Matias e Pedro Dinis.
A partir da experiência de trabalho feito na UBI vai ser construído de um manual em que vai se vai esquematizar passo por passo a forma actuam. Dando exemplos concretos, Sílvio Mariano, lembra alguns casos que já passaram pela instituição. Um deles tem a ver com a criação de um programa de optimização feito na UBI a pedido de uma empresa. “Foi possível criar um produto final a partir de tecnologia existente na Universidade”.
Outro exemplo de transferência de tecnologia na UBI dado por Sílvio Mariano é a resolução de um problema de uma linha de produção de uma empresa. “Pensou-se que seria melhor a construção de um protótipo, mas este esteve sujeito aprovação de uma proposta em que se dizia que a empresa deveria pagar os materiais que eram necessários. Um outro trabalho relaciona-se com consultadoria na área da energética, um trabalho feito para uma padaria. Esses casos de sucesso vão ser utilizados como referência no manual.
“Uma da nossas vantagens é o nosso conhecimento de certas matérias, Existe um «know-how» superior ao que, habitualmente, há indústria, por isso, quando existe problemas que eles não conseguem resolver através de software standard, acabem por recorrer à universidade.

Troca de manuais

No final, quando o manuais de cada parceiro do projecto estiverem prontos, os parceiros vão ter de adoptar um manual que não o seu. “Vamos escolher um manual de transferência de tecnologia de um dos parceiros e tentar adoptar as suas práticas, pretende que se consiga ir buscar um pouco do “know-how” de dos outros parceiros. Isto é extremamente importante para nós, porque se pode conseguir uma mais-valia a nível teórico”, adianta
Sílvio Mariano é da opinião que, em Portugal, “somos ainda amadores na transferência de tecnologias e incubação de empresas, mas tal não acontece nos outros países nosso parceiros que já o fazem como prática habitual”.
A participação portuguesa, para além da UBI, é feita pelo Instituto de Soldadura e Qualidade e a empresa Enunciação. A Universidade Pública de Navarra, que lidera, a Fundação INASMET do País Basco, a Universidade de Cadiz e a Sociedade para a promoção de Iniciativas Empresarias Inovadoras, ligada à Universidade de Santiago de Compostela são os parceiros espanhóis.
A Incubadora Regional da Aquitânia e a Escola Superior das Tecnologias Industriais Avançadas, de França, o Centro Nacional da Alimentação e a Universidade Nacional de Galway, da Irlandae a Startech Partners da Escócia são os restantes parceiros.
O projecto 2xTRA, que prevê dois encontros anuais no conjunto de países envolvidos, decorre até Setembro de 2006 e é financiado pela União Europeia, no âmbito do INTERREG IIIB.