Alexandre S. Silva


Em Portimão, a qualidade do Covilhã não foi suficiente para marcar

Tudo está, agora, mais difícil. O Sporting da Covilhã perdeu no Algarve, frente ao Portimonense e regressou à última posição da tabela. A distância para a linha de água é, agora, de dez pontos. Uma marca difícil de superar tendo em atenção que já só faltam 10 jornadas para o termo da época.
No estádio algarvio o Covilhã tudo fez para regressar a casa com um ou mais pontos. Mas, mais uma vez, a falta de eficácia ofensiva foi determinante para um resultado final que não espelha o que se passou em campo. Depois de na última quarta-feira, 25, ter empatado a uma bola com o Feirense, em jogo atrasado da 23ª jornada, a turma serrana apresentava-se no Algarve com a difícil obrigação de ter que vencer. Não só por precisar desesperadamente dos pontos mas, essencialmente, porque o Portimonense era um adversário directo na luta pela manutenção. Com isto em mente, os “leões” orientados por João Cavaleiro lançaram-se de “garras afiadas” e “dentes arreganhados” ao adversário. Controlaram o jogo, criaram as primeiras oportunidades mas, para desespero do técnico, cometeram, também, o primeiro erro da partida. E os de Portimão aproveitaram da melhor forma. Marinho, aos 23 minutos, inaugura o marcador numa das poucas – senão a única – desatenção da defesa serrana. Já três dias antes, na recepção ao Feirense, a formação beirã pagaria muito caro pelo único erro de Celso que saiu a uma bola fora de tempo e permitiu o golo aos forasteiros.
No Algarve a história repetiu-se. De qualquer modo, os covilhanenses não baixaram os braços. Partiram novamente para cima do adversário à procura de virar o resultado. Quase em tempo de intervalo, Rui Andrade surge isolado na cara de Márcio Ramos e tem nos pés a hipótese de devolver alguma justiça ao marcador, mas o remate sai à figura do guardião algarvio.

Manutenção em risco

No segundo tempo, João Cavaleiro lança Tarantini em campo. O jovem junta-se a Oseias e Hermes numa tentativa de alargar a frente de ataque. O meio-campo ficava desprovido de Rui Andrade, mas, por enquanto, Bruno Caires chegava para as encomendas, pelo que o Covilhã mantinha a toada asfixiante da primeira metade. O Portimonense não conseguia desenvolver jogadas de ataque, e nem a entrada do brasileiro Edmilson veio ajudar. O Covilhã, por seu lado, acampava ao largo da área de Márcio Ramos, mas sem conseguir derrubar a muralha defensiva construída por Dito. Piguita e Bruno Caires (de livre) ainda estiveram perto do golo, mas os remates erraram o alvo por poucos centímetros.
A meia-hora do final, o Covilhã começa, porém, a perder o meio-campo, fruto da quebra física de Bruno Caires. Cavaleiro aposta em novo reforço do ataque e lança Ricardo Viola no lugar de Orlando, mas apenas conseguiu refrescar a ala direita. O Covilhã continuava a dominar, mas já não segurava os algarvios lá atrás. Aliás, nos últimos 15 minutos, a turma albi-negra conseguiu soltar-se várias vezes, em duas ocasiões, chegou a ameaçar dilatar o marcador, mas primeiro é Edmilson a cabecear ao lado e, por fim, Artur Jorge permite a defesa a Celso.
O Covilhã foi tentando até ao fim mas nunca conseguiu criar situações de verdadeiro embaraço para a equipa local. O resultado final acaba por ser injusto para uma equipa que tudo fez para regressar a casa com os três pontos. Neste momento o Covilhã já está de regresso à última posição, e vê a manutenção muito mais longe. Um objectivo que, não sendo impossível, está agora a uma distância considerável. No balneário serrano ainda se acredita na permanência, mas para isso, a equipa da Covilhã terá que vencer, pelo menos, metade dos jogos que faltam. E mesmo assim…