O presidente da Região
de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), Jorge Patrão,
continua a defender uma alternativa no acesso à
Torre que não passe pela estrada. E já sugeriu
às várias autarquias da corda da Serra a
implementação de um sistema de telecabines
para conseguir dar resposta ao número crescente
de turistas que visitam a Serra da Estrela, mesmo que
a estrada não esteja transitável ou não
ofereça as condições de segurança.
Jorge Patrão diz que não se trata de um
teleférico mas sim de um sistema diferente e com
uma estrutura capaz de suportar até 90 quilómetros/hora,
que fica mais baixo no terreno. E sublinha que o impacto
ambiental é reduzido, porque é um meio não
poluente que preserva muito mais a Serra.
Segundo Patrão as reações têm
sido positivas, mas ainda não está decidido
se o caminho é por aí. "Devemos todos
contribuir para encontrar uma solução. E
quanto mais cedo se avançar mais enriquecemos a
Serra da Estrela", frisa.
Quanto à solução preconizada pelo
presidente da Câmara de Seia, de alargar e melhorar
o piso, o presidente da Região de Turismo diz que
não é suficiente para resolver o problema,
porque são cada vez mais os turistas e, sempre
que haja neve ou gelo, a situação mantém-se.
Se esta questão já estivesse ultrapassada
os problemas ocorridos no Carnaval teriam sido minorados.
Mas Jorge Patrão acredita que o que vai ficar do
mediatismo desses dias são as imagens da beleza
da Serra, coberta de neve, e não a dificuldade
em escoar o trânsito ou as notícias de gente
presa nas estradas. Situações que levaram
algumas pessoas a escrever para a RTSE para protestar.
As queixas, diz Jorge Patrão, são sempre
as mesmas. "As pessoas não veêm a falta
de condições que por vezes impede o acesso.
Se as estradas estiverem limpas mas estiverem cinco graus
negativos e gelo na estrada que garantias de segurança
é que podemos dar aos visitantes?", refere.
E lembra que poucos dias depois do que aconteceu aqui
também fecharam estradas em Espanha pelo mesmo
motivo.
O presidente da RTSE recorda que "a ocupação
hoteleira foi excelente" e rejeita a ideia que a
região não procura ter atractivos adicionais
para trazer até cá turistas, mas acrescenta
que também não é isso que procuram,
já que vêm pela neve e pela remodelada estância
de esqui. De qualque forma enumera as feiras de queijo
e enchidos promovidas durante esses dias por algumas autarquias.
Quanto à eventualidade de se organizar um Carnaval
com iniciativas da dimensão das de outros locais,
explica que é um risco, porque devido às
condições climatéricas a organização
poderia ser muito mais afectada em relação
ao que aconteceu noutros sítios. "O que deve
ser feita é a valorização da montanha
e da neve", advoga.
Pousada adjudicada até ao final de Março
O presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela
acredita que a construção da pousada no
antigo edifício do sanatório dos ferroviários
vai ser uma realidade e adianta que a obra será
adjudicada até ao final deste mês. A garantia
de que o empreendimento não está esquecido
pelo Governo foi dada pelo ministro da Economia, Carlos
Tavares, que prometeu até ao final de Março
divulgar quem vai ficar responsável pelo antigo
sanatório.
Jorge Patrão não quer sequer pensar na hipótese
de o projecto não vir a ser concretizado. "Não
vou considerar essa hipótese porque quero acreditar
na palavra dos nossos governantes, mas nesse caso seria
uma derrota de toda a região, que quer resolver
os problemas ambientais e turísticos", sublinha.
Recorde-se que o desinvestimento do Grupo Pestana nas
Pousadas de Portugal incluia também a suspensão
desta obra. Situação que levantou polémica
e críticas ao Governo por ter adjudicado as pousadas
da ENATUR a este grupo, que agora não está
a cumprir o que foi acordado. Atrasado está já
este projecto que, segundo Jorge Patrão, "por
obrigação contratual" já deveria
ter sido adjudicada no ano passado.
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