António Fidalgo

Pela Ribeira da Goldra acima


Sentiu-se bem na época de Carnaval como a vertente turística da Covilhã é hoje muito forte devido ao turismo de montanha. A Serra é, de facto, uma mais valia da cidade a considerar e a reforçar. E é desse reforço que se trata aqui, ao advogar a feitura de um caminho pela Ribeira da Goldra acima, que vá do Jardim do Lago, ou da actual Central de Camionagem e da futura Estação Ferroviária, até ao Circuito de Manutenção, à Casa das Matas Nacionais, ao lado do Parque das Merendas. Trata-se de fazer o aproveitamento dos caminhos do Berimbau e do Pisão Novo, juntá-los e dar-lhes continuidade a montante do percurso.
A melhor maneira de ir a pé da cidade nova, da zona do Modelo, para o Pólo I da UBI, onde ficará a Rotunda do Rato, é fazer o caminho do Berimbau, que se toma por trás da Ponte Mártir-in-Colo, do lado direito da Ribeira, para quem sobe. Sem a violência do declive da Calçada Alta, os viandantes podem ir por um caminho, tosco é verdade, mas agradável de fazer. Ali não há a poluição dos carros, e uma pessoa até sente que está no campo. Refazer as levadas de água que acompanham o caminho será certamente um objectivo da intervenção do Pólis naquela área, nomeadamente na feitura do Parque da Goldra. Quem vive na parte baixa da cidade e estuda e trabalha na UBI, pode fazer o caminho calmamente em 15 minutos.
Acompanhando a Ribeira da Goldra, será possível no futuro passar-se por baixo da estrada na Rotunda do Rato, passar ao lado da Fonte Santa, olhando o edifício da Faculdade das Engenharias da UBI, e depois tomar o caminho do Pisão Novo, pelo lado esquerdo da ribeira. Neste momento não existe verdadeiramente um caminho, apenas uma vereda que vai até à Casa do Guarda do Conde. Chegados ali é preciso subir a estrada de terra, e depois entrar a corta mato pela floresta, rodear o vale do Peão. Nesta época do ano, a subida “possível” da Ribeira da Goldra é um exercício belo, com a água a correr por todo o lado, as levadas e as cachoeiras, a surpreenderem os citadinos que não imaginam uma paisagem bucólica tão perto de si.
Do lado direito da Goldra segue o caminho do Pisão Novo até à Quinta do Pintor, terminando nos moinhos de água, agora ruínas, mas que mereciam uma reconstrução. Infelizmente dali até à Casa das Matas Nacionais também não há caminho.
Aqui fica a sugestão à Câmara Municipal da Covilhã. Investir algo, que com certeza, não será muito, num percurso pedonal ao longo da Ribeira da Goldra, permitindo que os habitantes da cidade e os turistas possam, sem pegar no carro, sair da cidade e entrar pela Serra dentro. O percurso é muito bonito, e será muito agradável fazê-lo sobretudo nas estações intermédias do ano. A Covilhã turística lucrará com tal caminho.