José Geraldes
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Nova
esperança
As boas notícias
trazidas pelos dois ministros não são um
favor que nos fazem mas são um direito que o Interior
tem.
A presença na Covilhã de dois ministros
em cerimónias diferentes mas convergentes no objectivo
de dar um novo impulso ao desenvolvimento de toda a Beira
Interior, é um facto a assinalar pelo impacto que
terão a médio prazo no tecido social e económico
da Região.
As decisões anunciadas na área dos seus
ministérios abrem, com toda a certeza, novas perspectivas
para o nosso futuro colectivo. Aliás, a ideia de
“travar a desertificação” foi
palavra-chave nos seus discursos.
Na UBI, na tomada de posse de novo mandato do Reitor Santos
Silva, a ministra da Ciência e do Ensino Superior,
Graça Carvalho deu a conhecer finalmente a adjudicação
da Faculdade das Ciências da Saúde esperada
desde Dezembro.
Na Câmara Municipal, o ministro da Economia, Carlos
Tavares assinou o também esperado contrato de financiamento
da construção dos edifícios do Parkurbis
(Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã).
A ministra da Ciência e do Ensino Superior acentuou
o “papel fundamental da UBI no combate à
desertificação”. O ministro da Economia
considerou o Parkurbis uma “âncora”
para o desenvolvimento do Interior com possibilidades
de “mudar o modelo industrial” vigente entre
nós ou seja a mono-indústria dos lanifícios.
Mas, para além das palavras, importa realçar
o significado dos novos edifícios a construir,
quer da Faculdade de Medicina, quer do Parkurbis.
A construção da Faculdade de Medicina vai
possibilitar a criação do Campus da Saúde,
com centros de investigação nas ciências
médicas e o aumento do alojamento para os alunos.
É uma nova mais-valia para a UBI, para o Centro
Hospitalar da Cova da Beira e hospitais da Guarda e Castelo
Branco.
Igualmente o Parkurbis vai ser um pólo de inovação
industrial em colaboração com as empresas
não só da Cova da Beira mas todas aquelas
da Beira Interior que quiserem trilhar os caminhos da
modernidade. E que desempenhará um papel imprescindível
não só a nível de promoção
de iniciativas e criatividade mas também no nascimento
de uma nova massa crítica. Como já acontece
na UBI.
Tratam-se, pois, de empreendimentos de largos horizontes
que são fundamentais para a fixação
de quadros superiores da medicina e das novas tecnologias
na Região. Exactamente para “travar a desertificação”.
No entanto, é preciso dizer alto e bom som que
as boas notícias trazidas pelos dois ministros
não são um favor que nos fazem mas são
um direito que o Interior tem para construir o futuro
das suas gentes e se torne um lugar atractivo.
Por isso, as exigências feitas pelo Reitor a Graça
Carvalho justificam-se plenamente no que diz respeito
à UBI. E não podem ficar no esquecimento.
“O outro olhar do Governo para a UBI”, na
feliz expressão de Santos Silva, implica dotá-la
dos meios necessários para bem desempenhar a tarefa
de “travar a desertificação do Interior”
que tem levado a cabo nos últimos 30 anos. Tarefa
que a ministra plenamente reconheceu.
Então, como compreender que projectos apresentados
no valor de 37 milhões e meio de euros sejam reduzidos
a uns míseros 200 mil para o ano corrente? E o
argumento apresentado pelo Reitor é irrefutável.
A UBI foi a universidade pública que mais cresceu
no País em número de alunos. E isto apesar
de não estar localizada no Litoral.
Se a vinda dos dois ministros se traduziu em gestos concretos
que são sinais de novas esperanças para
toda esta Região, a justiça da repartição
dos dinheiros para cumprir os projectos necessários
é condição fundamental. E que o Governo
não pode ignorar “para travar a desertificação”.
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