Por Daniel Sousa e Silva


A deputada já trabalhou em empresas onde se usava a política de mercados de capitais

No primeiro dia da VII Semana da Economia, Graça Proença de Carvalho, deputada do PSD, veio à UBI falar sobre “Mercado de Capitais”, mas fez questão de reiterar que não veio defender a política de mercados de capitais da minha bancada política.
A deputado começa por dizer que é “muito difícil de teorizar um tema de cariz muito prático, que tem muito a ver com o lidar com pessoas e que varia de ano para ano”.
Graça Proença de Carvalho é da opinião que os países com economias de mercado devem reflectir sobre a forma de financiar a economia de forma a que seja possível um crescimento gradual.
Mostrando o exemplo dos Estados Unidos da América (EUA), a deputada defende que só há uma conclusão a tirar. “As economias que utilizaram o mercado de capitais tiveram maior sucesso do que os países em que a economia é suportado por mercados de financiamento bancário”, garante, dando como o Japão como país onde o mercado de financiamento bancário teve graves consequências para o desenvolvimento. “Só agora está a sair de uma recessão de quase 20 anos.”
Para Graça Proença de Carvalho, “os mercados de capitais têm uma tendência para prever como se vão desenvolver as economias nacionais”, por isso “a estabilidade política é condição obrigatória para a confiança dos investidores”. Para justificar este seu ponto de vista, lembra um caso recente: “antes do início da guerra no Iraque, os mercados a nível mundial estavam em baixa, devido ao receio da utilização de armas de destruição maciça; logo que os EUA atacaram, as cotações das bolsas, de uma forma geral, subiram”.
Portugal é um país onde o mercado de capitais está em crescimento. O grupo do Banco Comercial Português (BCP) é um paradigma de sucesso nacional, chegando a crescer ao ponto de sair do País e apostar a sorte nos EUA, mas “as diferenças ideológicas entre o funcionamento empresarial e de bolsas obrigaram o BCP a sair de lá há um ano, já que, enquanto em Portugal apresentava lucros, segundos os critérios norte-americanos era forçada a apresentar prejuízos”, conta a deputada.

Pouca assistência

Claudia Duarte, presidente do UBINEEC – Núcleo de Estudantes de Economia da UBI, entidade organizadora, acredita que a Semana “é importante porque trata de temas actuais, por exemplo mercados de capitais faz parte do programa de uma disciplina da licenciatura, por isso, para quem assistiu é benéfico”.
Na sala apenas estavam presentes cerca de 30 pessoas, para Claudia Duarte, “não há qualquer explicação”. “Os folhetos publicitários foram distribuídos antecipadamente e existe dispensa de aulas para quem vier assistir” às conferências. A vice-presidente do núcleo de estudantes de Economia recomenda a que todos os seus colegas que “apareçam, uma vez que é uma boa oportunidade para aprender mais”.
Hoje, terça feira, o deputado Ribeiro Cristovão e Teresa Cavaco, assessora do Secretário de Estado do Turismo, falam sobre “Euro 2004: Impacto no Turismo”. Amanhã, quarta feira, o tema será “Plano de Estabilidade e Crescimento” com Elisa Ferreira, deputada e ex-ministra do Planeamento. A finalizar a VII Semana da Economia, tomará lugar na quinta feira, uma tertúlia subordinada à questão “reestruturação do curso: que futuro?”.