No primeiro dia da
VII Semana da Economia, Graça Proença de
Carvalho, deputada do PSD, veio à UBI falar sobre
“Mercado de Capitais”, mas fez questão
de reiterar que não veio defender a política
de mercados de capitais da minha bancada política.
A deputado começa por dizer que é “muito
difícil de teorizar um tema de cariz muito prático,
que tem muito a ver com o lidar com pessoas e que varia
de ano para ano”.
Graça Proença de Carvalho é da opinião
que os países com economias de mercado devem reflectir
sobre a forma de financiar a economia de forma a que seja
possível um crescimento gradual.
Mostrando o exemplo dos Estados Unidos da América
(EUA), a deputada defende que só há uma
conclusão a tirar. “As economias que utilizaram
o mercado de capitais tiveram maior sucesso do que os
países em que a economia é suportado por
mercados de financiamento bancário”, garante,
dando como o Japão como país onde o mercado
de financiamento bancário teve graves consequências
para o desenvolvimento. “Só agora está
a sair de uma recessão de quase 20 anos.”
Para Graça Proença de Carvalho, “os
mercados de capitais têm uma tendência para
prever como se vão desenvolver as economias nacionais”,
por isso “a estabilidade política é
condição obrigatória para a confiança
dos investidores”. Para justificar este seu ponto
de vista, lembra um caso recente: “antes do início
da guerra no Iraque, os mercados a nível mundial
estavam em baixa, devido ao receio da utilização
de armas de destruição maciça; logo
que os EUA atacaram, as cotações das bolsas,
de uma forma geral, subiram”.
Portugal é um país onde o mercado de capitais
está em crescimento. O grupo do Banco Comercial
Português (BCP) é um paradigma de sucesso
nacional, chegando a crescer ao ponto de sair do País
e apostar a sorte nos EUA, mas “as diferenças
ideológicas entre o funcionamento empresarial e
de bolsas obrigaram o BCP a sair de lá há
um ano, já que, enquanto em Portugal apresentava
lucros, segundos os critérios norte-americanos
era forçada a apresentar prejuízos”,
conta a deputada.
Pouca assistência
Claudia Duarte, presidente do UBINEEC – Núcleo
de Estudantes de Economia da UBI, entidade organizadora,
acredita que a Semana “é importante porque
trata de temas actuais, por exemplo mercados de capitais
faz parte do programa de uma disciplina da licenciatura,
por isso, para quem assistiu é benéfico”.
Na sala apenas estavam presentes cerca de 30 pessoas,
para Claudia Duarte, “não há qualquer
explicação”. “Os folhetos publicitários
foram distribuídos antecipadamente e existe dispensa
de aulas para quem vier assistir” às conferências.
A vice-presidente do núcleo de estudantes de Economia
recomenda a que todos os seus colegas que “apareçam,
uma vez que é uma boa oportunidade para aprender
mais”.
Hoje, terça feira, o deputado Ribeiro Cristovão
e Teresa Cavaco, assessora do Secretário de Estado
do Turismo, falam sobre “Euro 2004: Impacto no Turismo”.
Amanhã, quarta feira, o tema será “Plano
de Estabilidade e Crescimento” com Elisa Ferreira,
deputada e ex-ministra do Planeamento. A finalizar a VII
Semana da Economia, tomará lugar na quinta feira,
uma tertúlia subordinada à questão
“reestruturação do curso: que futuro?”.
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