Em "Between Darkness e Wonder", os Lamb
continuam a sua cruzada. Em busca do cálice
sagrado: aquele que mistura no seu seio de forma
perfeita o acústico e o electrónico,
o urbano e o pastoral, o movimento e a contemplação,
o ruído e o silêncio. Percorreram
os caminhos da música, das músicas.
Colheram polirritmias e caixas de ritmos no trip
hop; formas de cantar e linhas harmónicas
no folk e medievalismo; percussões da África
Central; linhas de baixo e escalas diferenciadas
do jazz.
E ao quarto álbum ainda não chegaram
ao fim da sua gesta. Aliás, a obtenção
da canção perfeita seria ao mesmo
tempo o fim de uma procura, um ponto inultrapassável,
logo o abismo onde Louise Rhodes e Andry Barlow
se despenhariam. O que interessa, dizem, é
o caminho, não a chegada. Mas com o novo
disco estão lá perto. Há
momentos de grande beleza - sim, continuamos a
utilizar esta categoria tentativamente liquidada
no século XX -, há explosões
de imensa claridade.