“Em articulação
com o Centro Hospitalar da Cova da Beira, esperamos iniciar
a obra dentro de um mês e, para além da Faculdade
de Medicina, pretendemos aí instalar Centros de Investigação
em Ciências da Saúde, uma unidade alimentar
e uma residência universitária, abrindo espaço
à iniciativa privada, de forma a constituir-se um
Campus da Saúde.” O desejo formulado por Manuel
Santos Silva, Reitor da Universidade da Beira Interior (UBI),
no seu discurso de tomada de posse numa cerimónia,
foi concedido instantes depois por Maria Graça de
Carvalho, ministra da Ciência e Ensino Superior.
A ministra aproveitou a presença na cerimónia
que reconduziu Santos Silva para o terceiro mandato à
frente da instituição para anunciar o despacho
dado pelo seu Ministério à adjudicação
da construção da Faculdade de Ciências
da Saúde (FCS).
A construção do Pólo III da UBI está
orçada em cerca de 20 milhões de euros e vai
ocupar uma área de 16 mil metros quadrados. Os terrenos
foram adquiridos através de receitas próprias
da UBI e por cedência de espaços da Câmara
da Covilhã. A FCS ficará localizada junto
ao Hospital Pêro da Covilhã, sendo que o projecto
de construção prevê a ligação
ao edifício da unidade de saúde. Agora que
a adjudicação da obra está aprovada,
a empresa construtora tem um prazo de cerca de 13 meses
para a terminar.
A data de conclusão é crucial para que o número
de vagas de Medicina possa aumentar. “É importante
aumentar o número de vagas de Medicina, mas de forma
sustentada, que garanta a qualidade de ensino. O que se
está a fazer em cada uma das universidades que tem
faculdade de medicina é verificar o que é
necessário do ponto de vista de obras ou equipamentos
para que a qualidade possa ser mantida”, explica a
ministra Maria da Graça Carvalho.
Um crescimento das vagas na UBI já em 2004 “vai
depender da garantia que se consiga dar do bom andamento
das obras do novo edifício”, assegura a ministra,
para quem é certo que “se estiverem pronto
em Outubro de 2005 pode-se chegar às 100 vagas”.
Para o próximo ano lectivo, o aumento vai situar
entre as actuais 60 vagas e a centena.
Actualmente, no seu terceiro ano de existência, a
FCS continua provisoriamente sediada nos edifícios
do Pólo I da UBI.
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Durante o discurso, Santos Silva deixou algumas
mensagens à Ministra da Ciência e Ensino
Superior
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Santos Silva destaca, no seu discurso, como principal
desafio que a UBI vai enfrentar a implementação
do processo de Bolonha, que vai obrigar à reestruturação
de toda a metodologia de ensino/aprendizagem, quantificação
de créditos das disciplinas, entre outras transformações.
O Reitor salienta que “a maior diferença,
no entanto, diz respeito à mudança de métodos
(de aprendizagem) que a UBI já levou a cabo na
Medicina, em que os alunos aprendem a aprender e se responsabilizam
pelo seu processo de aprendizagem”.
”Senhora ministra, não é assim que
se apoiam as instituições que nos últimos
30 anos foram, provavelmente, os factores que mais contribuíram
para travar a desertificação no interior
do País”, defende Santos Silva no seu discurso,
a propósito da diminuição de verbas
transferidas do Orçamento de Estado para a instituição
em mais de 400 mil euros em relação ao ano
anterior. Por ter sido a universidade pública que
mais cresceu em número de alunos, o Reitor apelou
a “um outro olhar por parte do Governo” para
com a universidade covilhanense.
“A UBI foi contemplada, para 2004, com 200 mil euros,
quando o conjunto de projectos apresentados pela instituição,
no que diz respeito a contratos-programa, ascendia a mais
de 37 milhões e meio de euros, “apesar de
ter sido a universidade do País com maior número
de projectos”, lembra Santos Silva.
A ministra retorque, dizendo que “os projectos que
a UBI apresentou concorriam a um valor superior ao total
do que vai ser distribuído por todo o País,
o que mostra uma ambição saudável
da instituição, mas não podemos satisfazer
todos”.
”O reitor da UBI levantou várias questões
que tem de ser analisadas uma a uma”, sustenta Maria
da Graça Carvalho, ressaltando que “todas
as candidaturas que são feitas ao Ministério
tem de ser analisadas do ponto de vista da formalidade
e da concepção do projecto. Os contratos-programa
também estão a ser estudados caso a caso.
Uma das coisas que está a ser feita é tentar
compreender ser alguns projectos que não foram
aprovados poderão ser financiados através
de outros programas.
Uma necessidade urgente da UBI é, nas palavras
de Santos Silva, “o financiamento estrutrante de
cerca de dois milhões de euros, que permita a aquisição
de equipamento para o Centro de Investigação,
recentemente aprovado pela Fundação Ciência
e Tecnologia”. Esta estrutura conta com 27 doutorados
e 62 investigadores.
Outras prioridades lembradas no discurso do reeleito reitor
são a construção do Complexo Pedagógico
de Ciências do Desporto, a recuperação
do Edifício II do Pólo IV (Ernesto Cruz)
destinado à Unidade de Artes e Letras e a criação
de um novo espaço para os Serviços Centrais
da Reitoria.
Na mesma cerimónia tomaram também posse,
por nomeação reitoral, Luís Carlos
Carrilho Gonçalves, Mário Lino Barata Raposo
e João António Rodrigues Queiroz, na qualidade
de vice-reitores, e José Carlos Venâncio
e Helena Ferreira, para os cargos de pró-reitores.
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