O Reitor da UBI junto a Maria da Graça Carvalho
Tomada de posse do Reitor da UBI
Santos Silva inicia terceiro mandato

A cerimónia de tomada de posse de Santos Silva ficou marcada pelo já esperado anúncio da adjudicação da construção da Faculdade de Ciências da Saúde por Graça de Carvalho, ministra da Ciência e Ensino Superior.


Por Daniel Sousa e Silva


“Em articulação com o Centro Hospitalar da Cova da Beira, esperamos iniciar a obra dentro de um mês e, para além da Faculdade de Medicina, pretendemos aí instalar Centros de Investigação em Ciências da Saúde, uma unidade alimentar e uma residência universitária, abrindo espaço à iniciativa privada, de forma a constituir-se um Campus da Saúde.” O desejo formulado por Manuel Santos Silva, Reitor da Universidade da Beira Interior (UBI), no seu discurso de tomada de posse numa cerimónia, foi concedido instantes depois por Maria Graça de Carvalho, ministra da Ciência e Ensino Superior.
A ministra aproveitou a presença na cerimónia que reconduziu Santos Silva para o terceiro mandato à frente da instituição para anunciar o despacho dado pelo seu Ministério à adjudicação da construção da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS).
A construção do Pólo III da UBI está orçada em cerca de 20 milhões de euros e vai ocupar uma área de 16 mil metros quadrados. Os terrenos foram adquiridos através de receitas próprias da UBI e por cedência de espaços da Câmara da Covilhã. A FCS ficará localizada junto ao Hospital Pêro da Covilhã, sendo que o projecto de construção prevê a ligação ao edifício da unidade de saúde. Agora que a adjudicação da obra está aprovada, a empresa construtora tem um prazo de cerca de 13 meses para a terminar.
A data de conclusão é crucial para que o número de vagas de Medicina possa aumentar. “É importante aumentar o número de vagas de Medicina, mas de forma sustentada, que garanta a qualidade de ensino. O que se está a fazer em cada uma das universidades que tem faculdade de medicina é verificar o que é necessário do ponto de vista de obras ou equipamentos para que a qualidade possa ser mantida”, explica a ministra Maria da Graça Carvalho.
Um crescimento das vagas na UBI já em 2004 “vai depender da garantia que se consiga dar do bom andamento das obras do novo edifício”, assegura a ministra, para quem é certo que “se estiverem pronto em Outubro de 2005 pode-se chegar às 100 vagas”. Para o próximo ano lectivo, o aumento vai situar entre as actuais 60 vagas e a centena.
Actualmente, no seu terceiro ano de existência, a FCS continua provisoriamente sediada nos edifícios do Pólo I da UBI.



Desafios e alertas

Durante o discurso, Santos Silva deixou algumas mensagens à Ministra da Ciência e Ensino Superior

Santos Silva destaca, no seu discurso, como principal desafio que a UBI vai enfrentar a implementação do processo de Bolonha, que vai obrigar à reestruturação de toda a metodologia de ensino/aprendizagem, quantificação de créditos das disciplinas, entre outras transformações. O Reitor salienta que “a maior diferença, no entanto, diz respeito à mudança de métodos (de aprendizagem) que a UBI já levou a cabo na Medicina, em que os alunos aprendem a aprender e se responsabilizam pelo seu processo de aprendizagem”.
”Senhora ministra, não é assim que se apoiam as instituições que nos últimos 30 anos foram, provavelmente, os factores que mais contribuíram para travar a desertificação no interior do País”, defende Santos Silva no seu discurso, a propósito da diminuição de verbas transferidas do Orçamento de Estado para a instituição em mais de 400 mil euros em relação ao ano anterior. Por ter sido a universidade pública que mais cresceu em número de alunos, o Reitor apelou a “um outro olhar por parte do Governo” para com a universidade covilhanense.
“A UBI foi contemplada, para 2004, com 200 mil euros, quando o conjunto de projectos apresentados pela instituição, no que diz respeito a contratos-programa, ascendia a mais de 37 milhões e meio de euros, “apesar de ter sido a universidade do País com maior número de projectos”, lembra Santos Silva.
A ministra retorque, dizendo que “os projectos que a UBI apresentou concorriam a um valor superior ao total do que vai ser distribuído por todo o País, o que mostra uma ambição saudável da instituição, mas não podemos satisfazer todos”.
”O reitor da UBI levantou várias questões que tem de ser analisadas uma a uma”, sustenta Maria da Graça Carvalho, ressaltando que “todas as candidaturas que são feitas ao Ministério tem de ser analisadas do ponto de vista da formalidade e da concepção do projecto. Os contratos-programa também estão a ser estudados caso a caso. Uma das coisas que está a ser feita é tentar compreender ser alguns projectos que não foram aprovados poderão ser financiados através de outros programas.
Uma necessidade urgente da UBI é, nas palavras de Santos Silva, “o financiamento estrutrante de cerca de dois milhões de euros, que permita a aquisição de equipamento para o Centro de Investigação, recentemente aprovado pela Fundação Ciência e Tecnologia”. Esta estrutura conta com 27 doutorados e 62 investigadores.
Outras prioridades lembradas no discurso do reeleito reitor são a construção do Complexo Pedagógico de Ciências do Desporto, a recuperação do Edifício II do Pólo IV (Ernesto Cruz) destinado à Unidade de Artes e Letras e a criação de um novo espaço para os Serviços Centrais da Reitoria.
Na mesma cerimónia tomaram também posse, por nomeação reitoral, Luís Carlos Carrilho Gonçalves, Mário Lino Barata Raposo e João António Rodrigues Queiroz, na qualidade de vice-reitores, e José Carlos Venâncio e Helena Ferreira, para os cargos de pró-reitores.