Repetiu-se a história
da última época. Na Figueira da Foz, o Covilhã
foi quase sempre mais equipa, dominou, mas não conseguiu
“roubar” qualquer ponto. João Cavaleiro,
como é habitual, lançou em campo um onze agressivo
com o habitual tridente ofensivo (Oseias, Hermes e Tarantini)
à frente de um meio campo composto por Ankyofna,
Bruno Caires e Rui Andrade.
A formação da Naval, por seu turno, apesar
de jogar em casa apresentava-se com apenas um homem de área:
o ex-benfiquista Anderson Luís. Tal como no ano passado,
a turma local fechou-se atrás da linha do meio-campo
mal se apanhou em vantagem. E esta veio muito cedo. Ainda
não estavam decorridos três minutos do jogo,
e já os da casa se adiantavam no marcador. Fernando,
muito oportuno, surge ao segundo poste sem qualquer marcação
e cabeceia para o fundo das redes. Celso nada podia fazer.
Os serranos não acusaram, no entanto, o golo e partiram
para cima do adversário, enquanto a formação
da casa, que mantinha dez jogadores atrás da linha
da bola ia tapando os caminhos para a baliza. A pressão
foi tanta que, aos 20 minutos a equipa beirã consegue
chegar ao golo. Oseias aproveita da melhor forma uma falha
de Fernando, entra na área e atira forte para dentro
da baliza à guarda de Dani. Estava reposta a justiça
no marcador.
Mas a alegria dos forasteiros durou pouco. Um minuto depois,
na jogada imediatamente a seguir ao golo, a defesa do Covilhã
fica a “dormir”, não alivia a bola e
Anderson Luís aproveita a confusão para colocar
a sua equipa de novo em vantagem.
Depois, voltou tudo ao mesmo, que é como quem diz:
A Naval voltou a meter 10 homens atrás da linha da
bola e Anderson sozinho lá na frente. A estratégia
era simples: bombear bolas para a frente, na esperança
que o brasileiro conseguisse soltar-se da marcação
e ampliasse a vantagem.
Covilhã domina mas não marca
O segundo tempo abre com o Covilhã a criar novas
oportunidades de perigo. Mas nem Gérson, primeiro,
nem Piguita, depois, na sequência de um livre e
de um canto, respectivamente, conseguiram dar o melhor
seguimento aos cruzamentos.
A turma serrana dominava a todo o campo, mas deparava-se,
no último terço do terreno, com uma muralha
demasiado densa para ser ultrapassada. Oseias e Rui Andrade
ainda experimentaram a meia-distância, mas os remates
nunca levaram a pontaria desejada. A Naval, por seu lado,
geria a vantagem e não arriscava nada ofensivamente,
a não ser no “pontapé p’rá
frente”, à procura de Anderson.
Completamente dominados pelos serranos, os navalistas
só respiraram quando, a 25 minutos do fim, Orlando
(que entrou a substituir Tarantini) foi expulso, ao que
tudo indica por palavras dirigidas ao árbitro da
partida. A jogar com apenas dez elementos, o Covilhã
acabou por perder fulgor, e se ameaçar a baliza
de Dani já era complicado, a partir de então
tornou-se missão quase impossível. Porque
nem a jogar contra dez, a Naval abdicou da sua postura
ultra-defensiva. Só nos instantes finais, a equipa
da casa deu um ar de sua graça e tentou aproximar-se
da baliza de Celso. O resultado, no entanto, já
estava feito desde os 20 minutos.
Com esta derrota, o Covilhã vê a manutenção
ficar mais longe. A Ovarense venceu o Santa Clara por
3-1, e distanciou-se ainda mais da linha de água.
Os serranos precisam agora de nove pontos para ascender
aos lugares que dão direito a permanência.
Na próxima jornada o Covilhã regressa a
casa para receber o Feirense. A formação
duriense ocupa uma confortável posição
no meio da tabela e vem de uma derrota caseira frente
ao Salgueiros. Aos beirões, só a vitória
interessa para continuar a sonhar com a manutenção.
|