João Pires da Fonseca,
docente da Universidade da Beira Interior e projectista
da ENCIL – Projectos e Estudos de Engenharia Civil,
é o vencedor da quinta edição do Prémio
Secil de Engenharia Civil pelo projecto do Viaduto da Avenida
Marginal do Parque da Cidade do Porto. .
O prémio Secil 2003, no valor de 50 mil euros, atribuído
pela cimenteira Secil e pela Ordem dos Engenheiros foi entregue
na passada quarta feira, 18, no Convento do Beato em Lisboa.
Nos anos ímpares, como 2003, o prémio que
distingue obras com carácter inovador destina-se
a engenheiros civis enquanto que em anos pares o galardão
é dirigido a arquitectos.
”É com gosto que recebi o Prémio”,
admite Pires da Fonseca, para quem “é importante
que existam projectos diferentes e inovadores, até
do ponto de vista cultural”. O engenheiro é
da opinião de ser isto que “motiva o trabalho
dos engenheiros e arquitectos”.
Acabado em 2001, o Viaduto Parque Cidade do Porto, com 228
metros de comprimento e 16m de largura, tem quatro faixas
de rodagem, sendo duas delas mistas, permitindo o acesso
a automóveis eléctrico ou metro, que ligam
as praças Gonçalves Zarco, mais conhecida
por “Castelo do Queijo”, e Cidade do Salvador,
nos extremos da Avenida da Boavista e Estrada da Circunvalação.
O viaduto foi construído para permitir a ligação
pedestre da zona verde do Parque da Cidade do Porto à
reconstituída Praia Internacional.
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O viaduto pretende "combinar" com o meio
envolvente
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“Aquela estrutura única e original foi pensada
para aquele local e para as suas condicionantes. O viaduto
é dentro da cidade, junto a um parque, por isso
tinha de ficar esteticamente aceitável”,
clarifica Pires da Fonseca. O docente da UBI afiança
ser “um projecto completamente diferente daquilo
que habitualmente se faz”.
O viaduto é monolítico apoiado em pilares
“mais esbeltos do que o normal”. A forma foi
estudada para que “pareça sempre nova, de
forma a não oprimir o espaço envolvente”,
conta.
Em declarações à Lusa, José
Teixeira Trigo, presidente do júri do Prémio
Secil, legitima a escolha do viaduto pela “pureza
da sua geometria e rigor de dimensionamento e pela sua
qualidade estética, a qual beneficiou de um elevado
nível de execução”. Teixeira
Trigo salienta tratar-se de “um excelente exemplo
de como uma estrutura de engenharia civil pode beneficiar
de forma significativa a qualidade do ambiente urbano.
A obra, financiada pelo Programa Polis, fez parte da empreitada
da chamada Frente Marítima da Cidade do Porto,
que incluiu o Edifício Transparente, a requalificação
da Avenida de Montevideu e a construção
de um parque de estacionamento sob a Praça “Castelo
do Queijo”.
Pires da Fonseca considera que “foi feito no Porto
o que se pede hoje em sociedade: fazer as obras que as
pessoas precisam”.
Na mesma cerimónia em que Pires da Fonseca recebeu
o seu galardão, foi entregue o Prémio Secil
Universidades Engenharia Civil 2003, organizado anualmente
e dirigido aos jovens futuros engenheiros. No ano passado,
os vencedores deste prémio foram alunos de Engenharia
Civil da UBI.
Pires da Fonseca é docente na UBI há três
anos e lecciona as disciplinas de Estruturas e Betão
Pré-esforçado para a licenciatura de Engenharia
Civil.
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