Ilda Figueiredo no distrito de Castelo Branco
Deputada comunista propõe criação de marcas nos têxteis

A deputada comunista, Ilda Figueiredo, considera“excelente” e “magnífico” o trabalho do sector têxtil e do vestuário da região. E propõe a criação de marcas próprias para promover os têxteis no estrangeiro.

Andreia Reis
NC/Urbi et Orbi


A resolução do Parlamento Europeu sobre o futuro da indústria têxtil e do vestuário na União Europeia (EU) foi aprovada, numa sessão plenária em Bruxelas, no passado dia 29 de Janeiro. A garantia foi dada por Ilda Figueiredo, deputada comunista (PCP), durante a visita que efectuou ao distrito de Castelo Branco nos passados dias 5 e 6, quinta e sexta-feira. Trata-se de uma proposta apresentada pela deputada na qual solicita à Comissão Europeia “a definição de um programa comunitário com adequados meios de apoio para o sector têxtil e vestuário de apoio à investigação, inovação, formação profissional e às pequenas e médias empresas, assim como um programa comunitário que incentive a criação de marcas e a promoção externa dos produtos do sector, nomeadamente nas feiras internacionais”.
Segundo a deputada, “a zona mais desfavorecida do sector dependente da União Europeia é Portugal, com grande concentração no Norte e nas Beiras”. Pelo que, para a comunista, a criação de marcas próprias é a “solução segura de futuro”. No entanto, para se ter marcas próprias, “é preciso apoio financeiro”. Por isso, Ilda Figueiredo deixou o desafio ao Governo para que este exija da Comissão Europeia a concretização daquele programa comunitário, que fora aprovado.
Na opinião da deputada, a existência de marcas “portuguesas” é uma das principais necessidades da empresa Carveste em Caria (Belmonte), empresa que Ilda Figueiredo também teve oportunidade de visitar. Consciente do trabalho que ali se faz, a membro do PCP sublinha que “os produtos confeccionados de magnífica qualidade são das operárias portuguesas”, mas que “depois são vendidos no exterior como marcas italianas e francesas”. Daí considerar “fundamental que Portugal tenha as suas próprias marcas”. Uma vontade que faz todo o sentido, até para, enfatiza, estar de acordo com “a qualidade espantosa de produção e de excelente confecção dos trabalhadores e das empresas”.
Defensora ferrenha deste direito, Ilda Figueiredo frisa que para isto acontecer “bastava que o Governo se empenhasse na concretização deste programa comunitário e conseguisse os apoios para a criação dessas marcas e para a promoção externa dos produtos do sector”.
Caso a sua vontade não seja concretizada, a deputa salienta que vai estar em causa “a coesão económica social e territorial”. E com isto teme “mais desemprego, mais desigualdades e menos coesão territorial”.

Regadio da Cova da Beira em perigo após 2006

Para além da visita efectuada à Carveste, Ilda Figueiredo visitou ainda o Regadio da Cova da Beira. Acompanhada por representantes do Gabinete de Projecto e da Associação de Beneficiários, verificou o quão atrasado está o projecto para aquele Regadio. Para a deputada “é necessário aproveitar os fundos comunitários e nacionais para que até 2006, o projecto inclua toda esta zona”, sustenta. Caso contrário, pós esse período, realça, “não sabemos se vamos ou não ter financiamentos suficientes para concluir o projecto”. Mais uma razão para que, reitera, o projecto avance o quanto antes.
Deixando a promessa que, mais uma vez, o PCP vai fazer tudo para não haja mais atrasos, conclui: “Espero que este projecto tenha agora o avanço que está previsto, porque no campo do 3º Quadro Comunitário de Apoio importa que aproveitemos os fundos comunitários disponíveis “ e que “o Orçamento de Estado dê o apoio público necessário para completar os investimentos”.