Frida
de Julie Taymorl
Por Ana Maria Fonseca
Há muito que Salma Hayek ansiava
passar para o grande ecrã a história da
sua compatriota Frida Kahlo. Através da realização
de Julie Taymor, finalmente conseguiu protagonizar uma
resenha da vida desta pintora.
Uma existência pautada pela arte, aliás,
vida e arte desta mulher mexicana que nasceu no início
do século XX são indissociáveis.
Dotada de uma personalidade profunda e complexa, que se
reflecte totalmente nas suas obras e marcada por um acidente,
enquanto adolescente, que lhe determinou o resto da existência,
dentro de um corpo magoado, incapaz de corresponder à
sua força interior, Frida Kahlo transmitiu nos
seus quadros um misto de dor, sofrimento e uma intensa
força de viver.
Casada com Diego Rivera, protagonizado por Alfred Molina,
um dos mais prestigiados pintores mexicanos, viveu em
constante tormento causado pela infidelidade do marido
que, apesar de tudo, era a sua alma gémea.
É esta a história que o filme retrata, embarcando
por vezes numa incursão até à própria
imaginação da pintora. Inovadora em vários
campos, do político, ao artístico, passando
pelo sexual, a pintora mexicana viveu, no entanto, sempre
embrulhada na dor física, que só a sua imensa
sede de viver conseguia, de alguma forma, ofuscar.
Um filme que navega entre o sofrimento e a ânsia
de viver, talvez não um retrato fiel da força
intranquila desta pintora, mas ainda assim, a ver.
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