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Tem certeza
que deseja efectuar esta operação?
Quantos minutos nós levaríamos para responder
a esta questão num processo corriqueiro frente
ao PC? Dar cabo de um arquivo implica escolhas que para
os miúdos pode gerar uma graça do tipo:
“Descontrai, é só clicar yes, yes,
yes, e pronto, tá instalado”.
“Nós”... Vale citar
que cheguei à triste constatação
de que pertenço à chamada Geração
da Terra-de-Ninguém” (nascida entre 1965
e 1976) a qual, aparentemente, não teve projecto
e se vê hoje dilacerada nas escolhas. Somos a geração
de transição. Assisti a tudo isso e continuo
pertencendo à geração de transição.
Assistir às experiências
bem sucedidas como o Urbi@Orbi traz a mim, um exemplar
da Geração Terra-de-Ninguém, boas
lembranças da minha época de estudante do
curso de Jornalismo quando, ainda na Universidade Católica
de Pernambuco (1998), no meu longínquo Recife -
Brasil, trabalhava para o projeto piloto do Jornal Unicap
– o nosso JU. Não vou desmanchar-me em lágrimas
ou queixas, mas era duro o trabalho de repórter.
Os jornais eram impressos um a um, frente e verso, numa
HP 890 – um luxo que conquistamos no decorrer dos
resultados.
Após quase dois anos de convivência
com os heróis que levam o Urbi adiante, pude perceber
que a tecnologia é indiferente, aliás, apenas
meio. O trabalho realizado por alunos é de todo
aproveitado, editado, corrigido e bem vindo. Mais do que
aproveitamento de refugo de informação,
é o treinamento ideal para futuros comunicadores.
E qual será a percepção desta Geração
Net (para citar Don Tapscott em seu “Growing Up
Digital – The Rise of the Net Generation”)
em relação à real responsabilidade
de ter seu nome online, uma matéria sua, um trabalho
realizado. Será que os alunos/repórteres
ainda recortam/imprimem as matérias e as guardam
como tesouros do tipo “Minha primeira reportagem”
?. Não creio... Afinal, o Urbi agora reina em base
de dados. E já estou eu a bancar a rancorosa e
preocupada com minhas toneladas de papéis carinhosamente
chamados de “Gillete Press”, com reportagens,
matérias, notas de rodapé e tudo o que trouxesse
o nome de Adriana Moreira – repórter.
Novamente não vou me ater
ao discurso romântico e saudoso do jornalismo impresso,
mesmo porque o papel não morre, apenas rasga. Sou
a transição, lembra-se? Já fui Chefe
de Redação, também já fui
Coordenadora de Conteúdos e me orgulho muito de
ver estudantes a realizar, por quatro anos consecutivos
(e ininterruptos), um trabalho baseado em confiança,
oportunidade e qualidade. O tempo é breve e a transição
é necessária. O que virá depois?
*bolseira científica no Labcom
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