Várias i niciativas em marcha
Fundão vai ter uma empresa municipal de cultura

A autarquia entende que a forte aposta feita na cultura faz com que seja necessário alterar o modelo de gestão. O investimento na área ronda os dez milhões de euros e 500 mil euros destinam-se a iniciativas a realizar ao longo do ano.

NC/Urbi et Orbi


A Câmara Municipal do Fundão vai criar uma empresa municipal de cultura, inteiramente pública ou participada. Segundo o vereador com o pelouro da cultura, Paulo Fernandes, a alteração do modelo de gestão justifica-se devido à clara aposta feita pela autarquia na cultura e que se reflecte num aumento do volume de equipamentos e investimentos nesta área.
Na apresentação dos novos equipamentos culturais para 2004, na segunda feira, 2, Paulo Fernandes referiu que a empresa municipal servirá como um chapéu para todas as actividades culturais, mas adiantou que se procurará "encontrar outras entidades para promover actividades específicas". Por isso a autarquia está a ponderar a criação de três fundações e algumas parcerias.
Das três fundações em estudo uma destina-se à promoção cultural de todo o concelho, outra para reunir o espólio de João Franco - o controverso primeiro-ministro do último rei de Portugal, natural do Alcaide-, e a terceira ficará responsáve pelo património em recuperação nas Minas da Panasqueira.
Esta medida será implementada ainda este ano, embora ainda não esteja estipulado se a empresa municipal de cultura terá capitais unicamente da edilidade ou não e o modelo exacto ainda esteja por definir. Quanto ao orçamento da cultura para 2004, ronda os dez milhões de euros. Um acréscimo de investimento, tal como de equipamentos, que Paulo Fernandes diz não permitir continuar com a mesma estrutura.
Ponto assente, assegura o vereador, é que os novos espaços destinados a receber actividades culturais não serão "elefantes brancos", garante. Paulo Fernandes realça que ter uma programação assídua e contínua para os vários locais, projectados ou já em execução, é uma das preocupações e assegura que o Fundão não irá ver esses espaços mortos.

Várias obras até 2005

A Biblioteca Municipal, projecto de um milhão e meio de euros, que deverá ser inaugurada em Setembro, a Casa das Tecedeiras, em Janeiro de Cima, onde ficará instalado um museu do linho, a Casa do Bombo, em Lavacolhos, a recuperação da aldeia histórica de Castelo Novo, o Centro Interpretativo do Alcaide, em colaboração com a família de João Franco, e possivelmente a Casa Grande da Barroca são alguns dos projectos que devem estar concluídos até final do ano.
Mas até 2005 mais infra-estruturas devem estar prontas para dar uma nova dinâmica cultural ao concelho. O Museu Arqueológico (740 mil euros), que será instalado no centro histórico da cidade, a criação de um arquivo municipal no edifício do Casino, a recuperação do Palácio do Picadeiro em Alpedrinha (1 milhão de euros) , a requalificação de espaços nas Minas da Panasqueira, onde irá nascer uma pousada, um restaurante temático e turismo rural, e a intervenção na Moagem, onde será construída a Casa da Cultura, orçada em 3 milhões e meio de euros.
Segundo Paulo Fernandes esta é a única obra cujo financiamento ainda não está assegurado e espera aprovação de alguma das candidaturas a fundos comunitários. Relativamente aos restantes projectos o vereador da cultura frisa que todo o financiamento está já assegurado.

Ano com mais iniciativas

O reforço da autarquia na área cultural vai trazer algumas novidades, como os campos de trabalho arqueológico, o programa de animação da zona antiga do Fundão, onde se pretende redescobrir a cidade e o urbanismo através das artes, preservando e valorizando o património cultural e arquitectónico, as Paragens Ferroviárias, que tem em vista a criação de actividades ao longo da linha do concelho do Fundão, um ciclo de conferências que abordarão várias temáticas e o projecto Do Saber das Mãos, que contempla oficinas, exposições e espectáculos a partir de matérias primas de raíz etnográfica.
Para além disso irá também realizar-se, entre 2 e 9 de Outubro, o Imago-Festival Internacional de Cinema e Vídeo Jovem e a Semana da Cereja, em Junho. Uma iniciativa que este ano não vai esquecer o Euro 2004. Na rua serão colocados écrãns gigantes para que seja possível acompanhar os jogos.
Mas será também dada continuidade às organizações do passado. As itinerâncias culturais, que pretendem descentralizar a oferta cultural pelas freguesias, o Cinescola, a Quadragésima, ciclo de tradições da quaresma do Fundão, a Semana Cultural das Terras do Xisto, são algumas delas.
Este ano vai também marcar o regresso do Festival das 4 Cidades, iniciado em 1996, agora com uma programação mais global.