Realizador de "Peixe-Lua" e do recente "Quaresma"
Morreu o cineasta José Álvaro Morais

NC/Urbi et Orbi


O cineasta José Álvaro Morais, com raízes na Covilhã, onde cresceu e tem a família, faleceu aos 59 anos na manhã de sexta feira, 30, em Lisboa, vítima de doença oncológica tardiamente diagnosticada.
Nascido a 2 de Setembro de 1943, em Coimbra, o realizador e argumentista passou mais de metade da vida ligado ao mundo do cinema, embora a sua obra não seja muito extensa e só nos últimos anos tenha vindo a afirmar-se e a conseguir ter mais regularidade nas salas de cinema.
Para além dos filmes "Ma Femme Chamada Bicho" (1976), um documentário sobre a pintora Vieira da Silva e Arpad Szenes, e "O Bobo", rodado entre 1979 e 1987 e estreado apenas em 1991, baseado no romance de Herculano e que ganhou o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno, o nome de José Álvaro Morais ganhou mais projecção com as duas últimas longas-metragens, "Peixe-Lua" (2000) e Quaresma (2003). Parte deste último rodado na Serra da Estrela.
José Álvaro Morais, um apaixonado pelas artes em geral, é também autor das curtas-metragens datadas de 1972 "Bélgica-The Upper Room" e "El Dia que me Quieras". "Domus de Bragança" (1975) e "Zéfiro" (1993), uma ficção documental, são igualmente médias-metragens com a sua assinatura.
José Álvaro Morais trocou a Faculdade de Medicina de Lisboa, que frequentava, pelo curso de cinema em Bruxelas. A estreia no mundo do cinema aconteceu pela mão de António-Pedro Vasconcelos, como assistente de realização.
O cineasta foi a enterrar no sábado, 31, na Covilhã, e deixou a ideia de que ficou algo na sua obra por completar.