Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi



Começaram esta semana os trabalhos de limpeza e desassoreamento dos leitos das Ribeiras da Covilhã. A obra, adjudicada à empresa Azinheiro – Sociedade de Construção, vai custar cerca de um milhão e 100 mil euros e estava há algum tempo à espera de resposta do Ministério do Ambiente.
A primeira a ser intervencionada é a da Goldra, e de seguida, a equipa que procede aos trabalhos muda-se para as ribeiras da Carpinteira e da Flandres. Os trabalhos, agora que o processo de despoluição está concluído, incluem a desmatação do coroamento dos muros, regularização dos taludes, limpeza do leito e reconstrução dos muros em alvenaria de pedra numa extensão total de sete mil e 500 metros lineares.
Depois de efectuados estes trabalhos, adianta Carlos Pinto, vão ser criados pequenos taludes por forma a criar espelhos de água, e introduzidas algumas espécies de peixes. Finalmente, adianta o presidente da Câmara, “vai ser cumprido o sonho de gerações de covilhanenses de se transformar as ribeiras em pólos ambientais de qualidade”.

Novas ETAR’s em 2006

Já concluído está o processo de despoluição, que rondou os dois milhões de euros. Onde antes eram feitas as descargas sem qualquer tratamento já foram construídos os respectivos emissários. A única coisa em falta são “pequenas obras de reparação numa ETAR que a Universidade tem no sub-solo, junto à Goldra, e que estará a verter”, refere o autarca. Os emissários vão desaguar a jusante do futuro Jardim do Lago, e serão depois conduzidos para uma das duas ETAR’s a construir na zona da Várzea e no Parque Industrial do Tortosendo. Duas obras já adjudicadas e que a autarquia quer ver iniciadas ainda antes do Verão. Para tal o contrato com a empresa vai ser enviado ao Ministério do Ambiente, que terá que autorizar a respectiva celebração. Carlos Pinto adianta que os trabalhos vão ter a duração de um ano pelo que, espera, “em 2006 a Covilhã terá todos os esgotos tratados”.
O edil acredita que a cidade será uma das primeiras do País a “fechar o ciclo no que diz respeito ao saneamento básico”. “Muito antes de qualquer município que aderiu à Águas do Zêzere e Côa”, sublinha. Inicialmente o projecto previa mais uma Estação de Tratamento de Águas, mas a empresa responsável pela obra apresentou uma solução “mais económica e mais rentável, que afecta menos a carteira do consumidor”. De qualquer modo, garante o autarca, “As duas novas ETAR’s, em conjunto com a já existente na Boidobra, são suficientes mesmo que a população da Covilhã venha a duplicar”.

Câmara continua à espera de dinheiro do Polis



“Ainda não há sinal de transferência de verbas para o Polis”. Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, assim como congéneres seus nos municípios abrangidos pelo Programa, continuam “à espera que o Governo cumpra os compromissos que assumiu e que estão escritos”. No caso da “cidade neve” o montante em falta ascende já a cerca de três milhões e 500 mil euros. “Está a ser um sufoco”, desabafa o autarca, que adianta que é a tesouraria do município que “tem estado a dar resposta às necessidades dos empreiteiros”. Pinto admite “todas as possibilidades” inclusivé a paragem de alguma obra, mas sublinha que “a Câmara tudo está a fazer para que isso não venha a acontecer”. Em reunião com o ministro do Ambiente e secretário de Estado das Finanças em Janeiro último, foi assegurado ao edil serrano que as transferências seriam feitas em Fevereiro, mas até agora ainda não houve qualquer desenvolvimento. Resta, diz, “esperar”.