José Geraldes
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Independência
e credibilidade
A independência custa-nos caro. Mas, sem independência,
não há liberdade de informação
que resista.
O NC festeja mais um
aniversário. Ao completar os 91 anos, continua
fiel à linha editorial do primeiro número
publicado com o título de A Democracia, mudando
há mais de 70 anos para o actual nome NOTICIAS
DA COVILHÃ.
Nas suas páginas, milhões de palavras traduzem
as alegrias, os dramas e as iniciativas de desenvolvimento
de toda a Beira Interior.
A Covilhã e a Cova da Beira têm merecido
um destaque especial.
Mas Guarda e Castelo Branco vão ocupando cada vez
mais espaço. E sempre a chamada agora marca Serra
da Estrela foi presença constante ao longo destes
91 anos.
O NC identifica-se com a cidade da Covilhã, não
em termos de bairrismo bacoco, mas na sua capacidade de
promoção como pólo de desenvolvimento
regional, agora para lá da mono-indústria
têxtil que a condicionou durante muito tempo.
Antes de ainda ser planeada a A23, já o nosso Estatuto
Editorial propunha como objectivo servir o eixo Guarda-Covilhã-
Fundão-Castelo Branco e a zona envolvente da Serra
da Estrela.
É o projecto que temos procurado desenvolver nos
últimos anos e que nos propomos continuar. Com
bom senso e sem recursos a sensacionalismos. E com o rigor
e objectividade da informação que nos dá
uma credibilidade publicamente reconhecida.
Daí o não sermos mensageiros de notícias
redigidas oficial e previamente que, depois, surgem publicadas
como emanadas de um verdadeiro gabinete de Relações
Públicas. E, sem que os leitores disso se apercebam.
A independência custa-nos caro. Mas, sem independência,
não há liberdade de informação
que resista. Aliás, o mesmo se passa com a oferta
de viagens ou avenças e outros presentes como forma
de “comprar” os jornalistas. E as “pressões”
embrulhadas em gestos de simpatia.
Esta independência baseia-se no jornalismo de inspiração
cristã que nos marca, sem ligações
a grupos económicos de medias. Grupos que têm,
acima de tudo, o lucro. Dizer o contrário, será
pura hipocrisia. Os factos estão aí a comprová-lo.
Embora com limitações que ainda nos ultrapassam,
a profissionalização da Redacção
foi um passo em frente que deu ao NC novas asas para voar.
Mas queremos ir mais longe para servir os princípios
que nos norteiam e os leitores. Com base na ética
e na deontologia.
A este propósito,
dois jornalistas americanos escreveram um livro-manual
já traduzido em 11 línguas do qual ainda
não existe versão portuguesa.
A obra com o título de Os Elementos do Jornalismo,
aborda com ousadia questão da ética do jornalismo.
Os autores que se têm desdobrado em conferências
pelo mundo inteiro, querem que os jornalistas cumpram
escrupulosamente as regras da profissão cuja prática
anda muito por baixo.
Eis as principais que os autores enunciam : obrigação
da verdade, lealdade para com os leitores, rigor e verificação
dos factos, independência em relação
às pessoas sobre quem escrevem, controlo do poder,
informar com imparcialidade e bom senso.
Pela sua experiência de jornalistas, confirmam que
a sua observação não é uma
utopia.
A conclusão que tiram, apresenta-se como um compromisso
de qualquer jornalista: “A democracia e o jornalismo
andam de mãos dadas. A queda de uma arrastará
a outra.”
O NC na sua linha de prática jornalística,
a par da promoção dos valores autênticos
do homem, tem como objectivo o cumprimento destas regras.
Pode ter errado alguma vez ? Ninguém é perfeito.
Mas nunca abdicará de fazer jornalismo com ética
e deontologia. Para que a credibilidade continue a ser
cada vez mais a sua imagem de marca.
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