Jaime Carvalho da Silva,
docente de Matemática da Universidade de Coimbra,
esteve na UBI, ontem, segunda feira, a convite do Sindicato
dos Professores da Zona Centro, para falar sobre o ensino
da matemática.
O docente do Departamento de Matemática da Faculdade
de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra
falou sobre “A eterna luta da Educação
Matemática contra o Demónio da Iliteracia”,
não pretendendo “dar qualquer tipo de esclarecimento”.
O seu objectivo principal é “deixar pistas
para reflexão”.
Carvalho da Silva usa a expressão “demónio
da iliteracia”, uma expressão usada pela primeira
vez pelo astrónomo e investigador cientifico Carl
Sagan, no sentido de “demónio da ignorância,
que ataca quando nos deparamos com situações
e não se tem as ferramentas adequadas”, refere
o docente.
O orador admite ter “copiado” a ideia de Sagan
para demonstrar a importância do ensino da matemática
no mundo de hoje. “Como se sabe a disciplina tem um
enorme insucesso, por isso é preciso fazer-se alguma
coisa”, incita .
O exemplo que Carvalho da Silva utiliza para revelar a conjuntura
nacional é o de estudos internacionais, que “revelam
problemas concretos de resolução de problemas
em Portugal, nomeadamente na geometria, em problemas em
lidar com figuras e objectos”. Em situações
em que é preciso recolher dados para se resolver
problemas, “os alunos não o conseguem fazer”,
lamenta. Isto deve-se, segundo o docente, ao facto da geometria,
enquanto resolução de actividades, “estar
praticamente ausente da escola portuguesa”. Carvalho
da Silva considera ser urgente um “grande investimento”
nesta área.
”Pretende-se que os alunos sejam capazes de usar mais
a matemática no dia-a-dia”, anseia, lembrando,
que “a iliteracia não se refere apenas ao conhecimento,
mas também à capacidade de usar esse conhecimento
em situações práticas”.
Encontros, para quê?
O propósito do encontro de ontem “tem a ver
com o lançamento, há cerca de um mês,
do relatório da Comissão para a Promoção
da Matemática e das Ciências e das constantes
questões que são feitas junto do SPZC por
educadores e professores”, explica Carlos Costa,
do SPZC. Os resultados medíocres das provas de
aferição de matemática do ano 2002,
recentemente conhecidos são mais uma razão
deixada por Carlos Costa para a realização
dos Encontros.
O sindicalista acrescenta que, para se avaliar os problemas
que estão a acontecer, se faz periodicamente “uma
espécie de sondagem junto das mais de três
centenas de educadores e professores do distrito”.
Novas instalações
O dia também foi de inauguração
para a subdelegação do SPZC – Covilhã.
O sindicato conta a partir de ontem com novas instalações
na cidade da Covilhã, no n.º. 34, da Rua Mateus
Fernandes.
“Conseguiu-se encontrar um espaço que vai
ao encontro das nossas expectativas, mais amplo e com
melhores condições em relação
às anteriores instalações”,
descreve Carlos Costa. O horário de funcionamento
ao público mantém-se das 9h às 12h30
e das 14h às 18h.
Os Encontros Formativo continuam no dia 9 de Fevereiro,
também na UBI, com o tema “O efeito dos concursos
na vida pessoal e profissional dos docentes”, e
a 8 de Março, no Instituto Politécnico de
Castelo Branco (IPCB), João Pires da Escola Superior
de Saúde do IPCB vai falar sobre “Ansiedade,
esgotamento emocional e suas consequências no desempenho
da actividade docente”.
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