Minas da Panasqueira
Escola para “aprender a amar” entrega primeiros
certificados
Intensificar os laços
afectivos entre pais e filhos, através do diálogo
é o principal objectivo da Escola de Pais. Depois
de um ano de existência e com balanço positivo,
a Escola entrega os primeiros certificados às famílias
e prepara-se para o segundo “ano lectivo”.
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Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi
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Trabalhar na área da formação, do
auto-conhecimento e fortalecer os laços afectivos
é o que a Escola de Pais tem para oferecer. Trata-se
de uma Escola destinada a acolher famílias, onde
estas podem aprender “a amar, a olhar o mundo com
outros olhos e a condescender”, como realça
a directora, Sandra pacote. A ideia é colocar pais
e filhos frente a frente de forma a criar uma “forte
cultura de afectos”.
A funcionar há um ano, a escola teve, numa primeira
fase, um grupo de cerca de 16 pessoas – mães
e filhos – que assistiram aos ciclos de aprendizagem
durante 12 sessões. “Suportadas por material
didáctico-pedagógico”, como revela
a directora, cada uma daquelas sessões retratam
temas actuais. A família, sida e toxicodependência,
violência Infantil e pedofilia, actividades tempos
livres foram alguns dos temas de ordem que as famílias
puderam ouvir e discutir.
Depois de um ano com “balanço muitíssimo
positivo” e com “bons resultados”, como
diz Sandra Pacote, a escola procedeu, na passada quarta-feira,
28, no Centro Comunitário Multiserviços
das Minas da Panasqueira, à primeira entrega de
certificados às famílias que frequentaram
os ciclos de aprendizagem. De facto, todo o êxito
do primeiro grupo que frequentou a Escola de Pais, deve-se,
no entender da responsável, a uma aposta que se
fez em torno de um ambiente familiar e informal. “Nós
apostamos muito na dinâmica do grupo, de forma a
tratar estes temas num ambiente informal e familiar e
daí é que surgiu todo este sucesso”.
Segundo Sandra Pacote, o objectivo de consolidar as relações
de pais para filhos, prende-se ainda mais com o facto
de se tratar de “uma população essencialmente
mineira, onde não é fácil ter laços
afectivos muito intensos, nem uma cultura de transmissão
de sentimentos”, justifica. Exemplo disso é
o caso de uma mãe que nunca tinha dito ao filho
que o amava. “No primeiro grupo, um jovem de 12
anos disse pela primeira vez ´Amo-te` à sua
mãe e vice-versa”, ilustra a directora.
Criar Gabinete de Apoio
e Informação
A Escola de Pais, de acordo com a responsável,
resultou de uma candidatura ao Programa Operacional Emprego
e Formação do Ministério da Solidariedade.
Hoje, e tendo já as primeiras 12 sessões
do primeiro grupo terminadas em Dezembro passado, a escola
prepara-se agora para o arranque do segundo ano, que tem
início no próximo mês. “A escola
é para continuar e o segundo ano começa
com o segundo grupo para arrancar em Fevereiro”,
garante. Um grupo que terá o mesmo número
de sessões, mas que conta com algumas diferenças
em relação ao primeiro. É que para
além de “ter já 18 inscrições”,
cada sessão deste grupo vai contar com a presença
de um dos pais que fez o primeiro grupo, juntamente com
a técnica e com a directora. “A ideia é
fazer uma rede com os diferentes pais que fazem parte
da escola porque queremos criar aqui um gabinete de apoio
e informação”, sublinha. Um gabinete,
continua, que “vai ser articulado com o gabinete
de Psicologia e orientação profissional
da Santa Casa da Misericórdia do Fundão”.
A Escola está a aberta a toda a gente, no entanto,
a directora confessa: “Dou preferência a quem
tem filhos a partir dos sete ou oito anos, mas aceitámos
aqueles que não têm filhos, para aprender
com a experiência dos outros pais”.
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