Fundão
Ex-trabalhadoras da Eres pedem explicações
a Frexes
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Ana Ribeiro Rodrigues
NC / Urbi et Orbi
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A ideia de ver José Ramos Gil apresentar um projecto
que crie postos de trabalho para o local onde está
a nave da Eres não desagrada ao presidente da Câmara
Municipal do Fundão. Se esta hipótese se
tornasse uma realidade Manuel Frexes iria até pedir
que fosse dada prioridade às ex-trabalhadoras da
antiga fábrica de confecções. Mas
se a intenção do empresário de construção
civil for utilizar aquela área para um projecto
imobiliário terá que se discutir e negociar
a proposta.
Foi esta a resposta dada pelo autarca na terça-feira,
27, às cerca de 60 antigas trabalhadoras da Eres
que se concentraram frente à Câmara para
saber a posição do executivo relativamente
a esta matéria e para mostrar o desagrado pela
"quantia irrisória" por que foram vendidas
as instalações daquela que era a maior empregadora
do concelho.
Recorde-se que a nave da fábrica, uma área
de 11 mil metros quadrados numa zona habitacional, foi
vendida à terceira tentativa em hasta pública
por um milhão de euros (cerca de 200 mil contos).
Um valor abaixo do esperado e que é insuficiente
para pagar o resto das indemnizações aos
trabalhadores com mais anos de serviço.
Na altura em que a Eres entregou o pedido de falência
Manuel Frexes "disse que não ia ser ali construído
nada enquanto os nossos direitos não estivessem
garantidos", lembra São Oliveira, que na altura
era delegada sindical. "E isso não acontece,
por isso viemos cá para saber qual é a posição
dele", acrescenta, depois de ter reunido com o edil.
São Oliveira diz que as ex-trabalhadoras não
concordam com Manuel Frexes quando diz que a venda foi
boa. "Aquilo foi mal vendido, porque o dinheiro recebido
nem chega para a segurança social", que se
tornou o principal credor depois de, na altura, ter assegurado
o Fundo de Garantia Salarial aos quase 500 trabalhadores
da Eres. Uma ajuda que deu para distribuir seis mil euros
por cada funcionário, na quase totalidade mulheres.
Segundo a delegada sindical o presidente da autarquia
fundanense disse que esse assunto não era da sua
responsabilidade, mas sim do Governo. No entanto comprometeu-se
a expôr a actual situação, por carta,
ao ministro da Solidariedade Social e do Trabalho, Bagão
Félix. As ex-trabalhadores consideram que a resposta
não as satisfez e prometem nova jornada de luta,
caso não lhes seja apresentada uma solução.
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