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Quais são as funções específicas
do director dos Serviços Académicos?
Melo Gonçalves - O director dos Serviços
Académicos tem um papel um pouco ingrato. No fundo,
tem de se relacionar dentro dos próprios serviços,
com todos os alunos e também docentes. Mas é
um desafio aliciante. Depois é toda a parte de
atribuições em termos de serviço,
desde o sector de programas de docentes, o sector de registos
académicos, de actos académicos, e o sector
de informações, matrículas e certificação.
No âmbito deste último sector, há
toda a parte de relacionamento directo com os alunos.
O sector de registos académicos tem a ver com o
registo de classificações e estatísticas
referentes aos alunos. O sector de programas académicos
é onde se conjuga toda uma série de atribuições
de preparação de todas as actividades académicas.
U@O - Os serviços têm uma área
bastante abrangente de funções, umas mais
visíveis do que outras. Uma das mais visíveis
é o sector de informações, inscrições
e matrículas, mais ligada aos alunos. Se calhar
é também uma das mais polémicas,
o que talvez leve a que, junto dos alunos, não
tenha uma muito boa imagem. Esse facto incomoda-o?
M.G.- O problema é que nós somos
apenas o veículo que faz cumprir as diferentes
regras instituídas. Obviamente que as pessoas chegam
e dizem: “Eu quero isto, eu quero aquilo”,
e nós limitamo-nos a informar que, de acordo com
os procedimentos, isso não é possível,
porque não nos compete a nós a decisão.
E talvez por dizermos muitas vezes não àquilo
que as pessoas querem, face às regras da instituição,
é que acontece essa situação ingrata.
U@O - Quanto à burocracia, que é
também uma das muitas queixas que existem em relação
aos Serviços Académicos, como vê esta
questão?
M.G.- Eu não sei se há assim tanta
burocracia. Neste momento, um aluno comum vai uma vez
por ano aos serviços. Eu espero que, dentro em
breve, em todo o seu curso, vá apenas uma vez aos
serviços. Isso passará por uma maior utilização
dos académicos on-line.
U@O - Como é que os serviços on-line
estão a funcionar neste momento? Existe algum plano
para os melhorar?
M.G.- Obviamente que temos de estar numa perspectiva
de melhoria contínua. Neste momento prestam serviços
relevantes a toda a comunidade, a alunos e docentes. Os
alunos têm on-line toda a informação
a seu respeito no âmbito da sua actividade académica.
U@O - Relativamente à inscrição
para exames e matrículas on-line isso...
M.G.- Está para muito breve. Em relação
às inscrições para exames, não
sei se as que se seguem já poderão ser feitas
assim, mas as próximas serão de certeza.
No que diz respeito às matrículas, em princípio,
e dado que a nova plataforma está a ser concluída,
as seguintes, 2004/05 já poderão ser feitas
on-line.
Por outro lado, os alunos, no âmbito do site, têm
acesso aos critérios de avaliação,
ao apoio didáctico-pedagógico, que os docentes
disponibilizam.
Somos das poucas instituições que tem disponível
para a comunidade toda a sua lista de finalistas e todos
os seus diplomados. Diplomados e finalistas para os quais
disponibilizamos um outro serviço, que é
uma bolsa de emprego ou estágio que se recomenda
que aproveitem. Neste momento, há lá ofertas
de emprego para empresas da região no domínio
informático.
U@O - Nos Serviços Académicos da
UBI, as taxas cobradas para inscrições em
exames e pedidos de vária ordem são das
mais altas do País, relativamente a outras instituições
públicas. É uma necessidade cobrar estes
valores?
M.G.- Esses assuntos têm sido ciclicamente
debatidos no órgão próprio, o Senado,
e conclui-se que a instituição não
pratica os valores mais altos relativamente às
outras instituições. Nós vemos instituições
que até já praticam valores mais altos que
a nossa. Neste momento, em termos de requerimentos, a
maior parte das instituições tem instituída
uma taxa.
No que diz respeito às épocas de recurso,
questiona-se se, com a Declaração de Bolonha,
se elas continuarão a ser necessárias face
ao tipo de avaliação que é feita,
como são feitos os créditos e a acumulação
de créditos. Pode-se chegar à conclusão
que deixam de ser necessárias. Depende muito da
discussão que neste momento está em curso
na instituição, relativamente ao processo
de Bolonha.
Se deixarem de existir as épocas de recurso, deixa
de ser feita qualquer cobrança.
U@O - E nos outros sectores dos Serviços
Académicos, está prevista alguma alteração
em relação ao que existe actualmente?
M.G.- Em princípio, haverá uma
revolução com a nova plataforma informática,
que eu espero que entre em funcionamento em breve, porque
agora o atendimento dos alunos é feito sem que
o funcionário possa fazer grandes operações
em termos informáticos ou tenha acesso ao processo
do aluno.
Muitas das vezes isto é tudo feito na retaguarda.
Nomeadamente nesta época de requerimento de exames
que atravessamos. O objectivo é que essa inscrição
possa, no futuro, ser feita on-line e que, para os alunos
que vierem ao balcão, o processo possa ser acedido
de imediato pelo funcionário.
U@O - Quanto ao habitual “engarrafamento
humano” que acontece por altura das matrículas
e também durante as inscrições para
os exames, prevê-se que com esse novo sistema diminua?
M.G.- Se as pessoas utilizarem o on-line, diminui
com certeza.
U@O - E caso não utilizem o on-line?
M.G.- Está também prevista a instalação
de um sistema de gestão do tempo de espera. É
um sistema idêntico ao que já existe noutras
instituições, onde nos dão um tempo
médio de espera.
U@O - O espaço físico dos serviços
académicos é suficiente para abarcar tudo
o que é necessário?
M.G.- Para já sim, embora seja precisa
uma sala, mais para formação e reuniões,
o que julgo que a curto prazo se irá concretizar.
U@O - Ainda no que toca a um dos sectores mais
falados dos serviços que é o de inscrições,
informações e matrículas, é
comum ouvir os alunos dizerem que os funcionários
dão informações dúbias ou
mesmo erradas. Como se podem resolver estes problemas,
será através da informatização?
M.G.- Neste momento quem recebe os impressos
de época de recurso ou época especial ao
balcão, recebe apenas o papel, não tem acesso
ao processo do aluno. Não existe interacção
com o sistema de forma a poder dizer logo ao aluno que
a sua inscrição está aceite, por
exemplo.
U@O - Então o sistema não funciona
muito bem, ou o sistema ideal ainda não existe...
M.G.- O sistema ideal não existe. Este
sistema já funciona assim há quase 25 anos.
Desde 1980 ou 81 que temos este sistema. Por isso é
que está em curso a instalação de
uma nova plataforma muito mais versátil que vai
proporcionar a quem presta as informações
o acesso aos processos, estar com a informação
à frente.
U@O - Havendo bastantes alunos estrangeiros na
Universidade através do programa Erasmus, justifica-se
que não haja um funcionário nos Serviços
Académicos que fale inglês?
M.G.- Há quem fale fluentemente francês
e também entenda e fale alguma coisa de inglês.
Depende dos funcionários. Depende de quem atende.
Mas no serviço existe quem tenha conhecimentos
de inglês.
U@O - Como é que gostaria de ver os Serviços
Académicos a médio prazo?
M.G.- Aquilo que eu desejaria para os Serviços
Académicos era que no âmbito dos vários
sectores tudo estivesse integrado numa mesma plataforma,
que é o que deverá acontecer dentro em breve.
E que, os utentes, os alunos e a comunidade em geral sejam
os primeiros a beneficiar dessa ligação
em rede, para que o serviço prestado seja feito
com muito maior rapidez e qualidade.
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