Aumento de
12 por cento
Mais crimes em 2003
A criminalidade, na
Covilhã, em 2003, aumenta cerca de 12 por cento.
Mas os crimes contra património revelam uma subida
mais acentuada. Na origem disto, segundo a PSP, pode estar
a situação económica da região.
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João Alves
NC / Urbi et Orbi
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Uma subida de cerca de 12 por cento. Foi esta a percentagem
de aumento de crimes registada pela Polícia de
Segurança Pública (PSP) no ano 2003, em
relação ao ano anterior. Os dados são
adiantados pelo comandante da PSP da cidade, João
Amaral, que diz ter registado 448 crimes no ano passado,
contra os 400 ocorridos em 2002.
Recorde-se que em 2002, num estudo sobre criminalidade
realizado pela polícia covilhanense, a PSP tinha
registado 400 crimes, o que perfazia um aumento de 50
por cento em relação ao ano 2001. Destes,
a maioria eram contra pessoas (crime de ofensas à
integridade física voluntária simples) com
83 queixas registadas em 2002, contra as 60 em 2001. Mas
nos últimos três anos (2000, 2001 e 2002),
a maioria de ocorrências dava-se nos chamados crimes
contra o património, com 195 ocorrências
em 2002, 165 em 2001 e 174 em 2002.
Em 2003, no que toca a criminalidade, João Amaral
afirma que o aumento de 12 por cento "não
é significativo". Do total de crimes, os que
mais se destacaram, mais uma vez, com uma subida de 18
por cento, foram os crimes contra o património
(como por exemplo furtos), já que contra as 174
ocorrências em 2002, estão os 206 crimes
em 2003. Porém, para João Amaral, "em
qualquer cidade, são estes os crimes que mais se
destacam". O que costuam acontecer mais, segundo
o comandante da PSP covilhanense, "são os
pequenos furtos".
Escusando-se a fazer comparações entre os
quatro últimos meses do ano, em que foi comandante,
e os anteriores oito, período em que outra pessoa
esteve à frente dos destinos da PSP da Covilhã,
João Amaral sempre vai dizendo que estes últimos
quatro meses do ano foram marcados por "alguns crimes
contra o património", mas congratula-se com
a "eficácia da PSP" na detenção
dos autores da maioria dos crimes. O comandante da PSP
salienta também que a participação
de crimes, ou seja, a denúncia das pessoas que
se sentiram lesadas por algum acto menos próprio,
aumentou, o que revela que "os cidadãos confiam
na polícia. Vêm denunciar crimes porque sabem
que nós temos um bom nível de produtividade
e de investigação que normalmente leva aos
autores dos mesmos". João Amaral diz que esta
tem sido uma das tarefas da PSP, o incentivar a população
a denunciar os casos em que é vítima de
crime, pois "só assim teremos uma visão
global sobre a segurança das nossa cidade. Sabermos
o que se passa leva a investigar e também por isso,
por esta maior denúncia, possamos falar desse aumento
do número de crimes" explica.
"A Covilhã é
uma cidade tranquila"
O comandante da PSP, perante
os números, não tem dúvidas de que
"a Covilhã é uma cidade tranquila".
Perante o tipo de criminalidade existente, João
Amaral conclui que a Cidade Neve "não é
perigosa", mas que o clima de instabilidade económica
que o País vive, tal como a Beira Interior, pode
levar à realização de "pequenos
crimes, nomeadamente contra património" a
que estão, segundo o comandante da PSP, normalmente
associados os crimes de consumo de estupefacientes. Aliás,
João Amaral salienta que a descriminalização
do consumo de drogas aumentou o consumo, pelo que daí
se desenvolve uma bola de neve que leva ao crime. "Se
aumenta o consumo, há maior procura, se há
maior procura, é necessário mais dinheiro
e se não o há, há tendência
para que essa procura de dinheiro aconteça. Logo,
reflecte-se nos crimes contra o património. Isto
é tão claro como a água".
João Amaral promete esforço e empenho para
que as pessoas da Covilhã se sintam seguras, mas
alerta que a segurança "não diz só
respeito às forças policiais. Diz respeito
a toda a gente e passa pela estreita colaboração
entre os cidadãos e as autoridades".
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