O Sporting voltou a
perder de forma inglória. Frente ao primeiro classificado
da tabela, os serranos bateram-se como autênticos
leões e dominaram a quase totalidade da partida.
Quem não soubesse a classificação
do Covilhã e do Estoril na tabela da Liga de Honra,
também não adivinharia pelo jogo do último
domingo. O “lanterna vermelha” recebeu o líder
e jogou sem medos, sem complexos, de igual para igual.
A tarde gélida nas encostas da Serra não
deu para arrefecer as bancadas. Ambas as equipas imprimiram
velocidade ao jogo e o ritmo chegou, por vezes, a ser
alucinante, tal era a rapidez com que a bola chegava de
uma área à outra. A única coisa que
fez falta foram mesmo os golos. E neste pormenor, a culpa
da escassez cai nos pupilos de João Cavaleiro.
Os covilhanenses, que não se deixaram, nunca, intimidar
pelo poderio estorilista, foram quem mais perigo criou,
desperdiçando seis oportunidades de golo flagrante.
A série de perdidas começou logo aos dois
minutos: Tarantini, lançado por Oseias, surge isolado
na cara de Fabrice mas não consegue marcar. Pouco
depois é Rui Morais que na conversão de
um livre directo obriga o guardião francês
a defender para canto. Aos 14 minutos Oseias volta a cheirar
o golo, mas o desvio ao centro de Orlando não chegou
para iludir o guarda-redes adversário.
Depois de tantos avisos, os estorilistas tomaram tento
e começaram a acertar as marcações.
Depois foram tomando conta do meio campo fruto de uma
eficiente e rápida troca de bola e um sentido posicional
óptimo por parte dos seus atletas. Ankyofna e Nélson,
médios de tarefas mais defensivas, passam a ter
trabalho redobrado, pelo que Tarantini e Hermes se vêem
obrigados a descer no terreno para ganhar a bola –
que falta fez Rui Andrade. E neste particular o avançado
brasileiro esteve impecável, ao ganhar vários
lances e a lançar no ataque, quer Orlando, quer
Oseias.
Mas não se pense que o Estoril dormia em serviço.
A equipa de Cascais, praticante de um futebol tecnicamente
evoluído, ainda causou alguns arrepios ao sector
mais recuado da equipa da casa. Principalmente por Carlitos
que, quer pela direita, quer pela esquerda, levou quase
sempre a melhor sobre Trindade e Rui Morais, respectivamente.
Ao intervalo, descontente com a prestação
de alguns dos seus jogadores, Ulisses Morais faz duas
alterações ao onze inicial. Luís
Cláudio e Marco Paulo, dois médios de características
mais ofensivas, dão outra consistência ao
ataque e obrigam o Covilhã a recuar. Acto contínuo
surge a primeira grande oportunidade para a turma forasteira.
Fellahi foge pela direita e cruza ao primeiro poste mas
Dorival falha a emenda. Mais rápidos sobre a bola,
os estorilistas imprimem um ritmo alucinante à
partida, mas os covilhanenses não ficam atrás.
Durante 10 minutos a bola não pára no meio
campo e quem acaba por tirar partido da situação
são os avançados serranos, que aproveitam
o balanço ofensivo dos forasteiros para voltar
a criar perigo. Oseias e Tarantini voltam a ter nos pés
a oportunidade para inaugurar o marcador, mas no primeiro
caso o avançado brasileiro atira ao poste e, no
segundo, o jovem português remata a milímetros
da baliza com Fabrice a encurtar o ângulo.
Mas o pior ainda estava por vir. Faltavam 10 minutos para
o fim quando Horvath, sempre muito discreto durante a
partida, arrefece ainda mais a tarde no Santos Pinto.
Depois de um trabalho fantástico de Luís
Cláudio, que tira os três centrais serranos
do caminho, a bola sobra para o avançado do Estoril
que, só com Celso pela frente, remata forte para
o fundo das redes. O Covilhã ainda tentou a igualdade,
mas com 10 minutos para jogar, a equipa de Ulisses Morais
jogou pelo seguro, optando pela manutenção
de uma vantagem que tanto tinha custado a alcançar.
Com este resultado o Covilhã fica a nove pontos
da zona de manutenção. Uma marca considerável
mas que, a manter-se a atitude da equipa, pode ser facilmente
ultrapassada. Ainda faltam 16 jogos para o final da temporada
mas trazer pontos de Felgueiras, no próximo domingo,
já seria um bom começo para a recuperação
dos Leões da Serra.
|