José Miguel Júdice
respondeu a todas as questões que lhe foram colocadas
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A convite dos
Lions Clube da Cova da Beira
Bastonário da
Ordem dos Advogados na Covilhã
José Miguel
Júdice falou sobre “Sociedade e Justiça”
na Assembleia-jantar do clube de serviço à
comunidade.
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Por Daniel
Sousa e Silva
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O bastonário da
Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice, foi
o convidado do Lions Clube da Cova da Beira para uma palestra
sobre “Sociedade e Justiça”, no passado
sábado, 24. A eventual criação de um
quarto juízo no Tribunal da Covilhã “não
vai resolver o problema da acumulação de processos”,
em especial, relativamente aos casos de falências
de empresas, defendeu.
“Não vale a pena pensar que a criação
de mais juízos vai acelerar a resolução
de processos pendentes, que estão há dezenas
de anos nas gavetas do tribunais”, refere o bastonário.
“Se o sistema não funciona, há que fazê-lo
funcionar e o caminho a seguir é tratar das causa
do problema”, sublinha, reclamando “a aprovação,
o quanto antes da Lei da Insolvência”. Segundo
Júdice, não se pode colocar nas mãos
de um juiz a recuperação de uma empresa, “devem
ser os credores e entre eles os trabalhadores, os principais
responsáveis pelo processo”. O bastonário
classifica mesmo como “impressionante” a forma
como noutros países “uma empresa falida, passados
15 dias, volta a funcionar com outros gestores e novas regras”,
enquanto que em Portugal os processos se arrastam durante
anos “até não haver nada a fazer”.
A propósito da descentralização iminente
com o aparecimento das comunidades urbanas, José
Miguel Júdice defende que também a justiça
devia ser descentralizada, mas sobretudo gerida de forma
mais sensata. “A manutenção ou criação
de tribunais deve ser adequada à realidade de cada
região”, dando como exemplo a criação
de tribunais administrativos e fiscais: no caso de Castelo
Branco, a recente estrutura (tribunal administrativo) “vai
contribuir para reforçar a cidadania e os direitos
das empresa e cidadãos perante o Estado e as autarquias”.
Preocupado com o estado da justiça em Portugal, defendeu,
em resposta a muitas perguntas feitas por elementos dos
Lions, entre outras medidas, mais formação
para advogados, a revisão da lei do segredo de justiça,
a mudança da organização judicial e
da carreira dos magistrados e um maior investimento em tecnologia.
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