”A Escola –
Comunidade Educativa e a Formação de Novos
Cidadãos” é o título da tese
de doutoramento que Maria Luísa Frazão Rodrigues
Branco defendeu no passado dia 16, sexta feira.
A docente do Departamento de Psicologia e Educação
da UBI sintetiza o seu estudo em forma de desafio. “O
investimento na educação cívica exige
a organização da escola como uma comunidade
democrática, aberta à sociedade envolvente,
a qual se constitui como centro polarizador e dinamizador
dos esforços educativos com intencionalidade cívica,
mediante uma efectiva pedagogia social”, resume.
A escola enquanto recurso educativo da comunidade permite
restabelecer, em novos moldes, a coerência presente
nas sociedades educativas tradicionais. Esta é a
principal conclusão alcançada.
O júri aprovou a sua tese por unanimidade. Luísa
Branco confessa que não tem “uma visão
atormentada deste tipo de provas”. A oportunidade
de poder reflectir durante três anos sobre a comunidade
educativa foi, para a mais recente professora doutorada
da UBI, “uma experiência muito agradável”.
A nível metodológico, Luísa Branco
analisou a transposição do debate liberalismo/comunitarismo
para o plano educativo e procedeu a um exame cuidado da
legislação relativa ao tema. A docente optou
por dar especial atenção ao novo regime de
autonomia das escolas e à construção
da comunidade educativa, tirando ilações sobre
o alcance e as limitações do quadro legislativo
para a escola comunidade-educativa enquanto centro de educação
cívica.
Na sua tese, Luísa Branco apresenta alguns factores
que necessitam ser melhorados para se conseguir a sua meta,
tais como “a aposta nas relações pessoais
e informais, a promoção de um envolvimento
local significativo na escola e nos seus projectos e a existência
de uma liderança democrática”.
A escola cultural
Luísa Branco é “a favor da escola
cultural”, abandonada pelo actual sistema de ensino,
em que o grande objectivo da escola “é, antes
de tudo, a consagração da educação”.
A docente da UBI esclarece que, neste modelo, “para
além da actividade escolar, deverão existir
actividades extracurriculares de complemento de formação
cívica, em vez do que acontece nos dias de hoje
em que apenas existem pequenos resíduos desta teoria”.
Os arguentes da tese de doutoramento foram Cândido
Manuel Varela de Freitas, professor catedrático
da Universidade do Minho, e Manuel Ferreira Patrício,
professor catedrático da Universidade de Évora.
Este último é o actual reitor da Universidade
de Évora e foi orientador da tese de Luísa
Branco. Para além destes, o júri da prova
foi constituído por Ramiro Fernando Lopes Marques,
professor-coordenador do Instituto Politécnico
de Santarém, José Manuel Boavida Santos,
professor associado da Universidade da Beira Interior,
Manuel Joaquim da Silva Loureiro, professor associada
da Universidade da Beira Interior, Maria de Fátima
de Jesus Simões, professora associada da Universidade
da Beira Interior, Luís Miguel Santos Sebastião,
professor auxiliar da Universidade da Évora.
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